Elizângela Apaga 62 Velinhas #31

Ontem ela concorreu ao Troféu Domingão por um dos personagens mais amorosos e carismáticos da novela A Força do Querer. Dona Aurora, infelizmente não deu o troféu a Elizângela, mas hoje o Lembra de Mim faz justiça e homenageia essa grande atriz que emocionou a todos em 2017 como a mãe da Bibi Perigosa, em seu aniversário.

Aurora e Bibi, em A Força do Querer

Nascida Elizângela do Amaral Vergueiro, no dia 11 de Dezembro de 1955, em Resende, interior do Rio de Janeiro, a artista, além de atriz é também cantora e apresentadora. Aos 18 anos, casou-se pela primeira vez com um engenheiro, com quem teve sua única filha Marcelle. Mas sua carreira começou antes do matrimônio. Ainda criança ela apresentou-se como cantora no programa Clube do Guri, na TV Tupi Rio. Em 1965, apresentou o programa Essa Gente Inocente, na TV Excelcior do Rio de Janeiro, ao lado de Wilton Franco, programa que anos mais tarde inspirou o Gente Inocente, com Marcio Garcia e Bruna Marquezine como uma das crianças apresentadoras. Na Globo Rio estreou no ano seguinte, 1966, no Clube do Capitão Furacão. Depois vieram participações, sempre como apresentadora, nos programas Show da Cidade e Topo Gigio Especial, até estrear nas novelas, em 1971, com 16 anos.

Clube do Capitão Furacão

O primeiro folhetim foi O Cafona, de Bráulio Pedroso, onde fez Dalva, trabalho que emendou com Bandeira 2, novela de Dias Gomes, interpretando Taís. Em 1972, fez mais uma novela de Bráulio Pedroso, O Bofe, onde era Sandra, e dois Caso Especial: O Médico e o Monstro e Somos Todos do Jardim de Infância. Na história de Walther Negrão, Cavalo de Aço (1973), interpretou Teresinha, e continuou aparecendo no Caso Especial, fez o episódio Medéia (1973) e Feliz na Ilusão (1974).

O Bofe

Em 1975, ganhou seu primeiro papel de destaque no sucesso de Janete Clair, Pecado Capital, Onde viveu Emilene, irmã da protagonista Lucinha, de Betty Faria. No remake de 1998, seu papel equivalia a personagem Clarelis, de Leandra Leal. Em 75, Emilene era uma homenagem as cantoras Emilinha Borba e Marlene, já em 98, as homenageadas foram Clara Nunes e Elis Regina. Ainda em 1975, fez Lú (Maria Lúcia), em Cuca Legal, novela das 19 horas, de Marcos Rey.

Cavalo de Aço

Pecado Capital

Em O Casarão, de Lauro Cesar Muniz, ela era Mônica, e em O Feijão e o Sonho, de Benedito Ruy Barbosa, era Cidoca, ambas de 1976. Locomotivas foi o sucesso seguinte, na pele de Patrícia ela arrancou suspiros. Mesmo com o sucesso da novela de Cassiano Gabus Mendes, em 1977, Elizângela achava que sua carreira estava instável e em 1978 decidiu gravar um disco compacto simples. Ela adorava cantar e todos diziam que sua voz era linda. O disco intitulado Elizângela, continha duas canções, Ele ou Você e Pertinho de Você, esta última ficou entre as mais tocadas por 52 semanas, no Brasil. A atriz foi premiada como uma das melhores cantoras do país por seu compacto, ficando extremamente surpresa e emocionada. Porém, devido ao estrondoso sucesso, passou a sofrer uma forte pressão da indústria fonográfica, e teve que decidir entre cantar ou interpretar, acabou decidindo pela segunda opção. No mesmo ano foi Ritinha, em Te Contei, também de Cassiano G. Mendes. Teve diversas participações em Os Trapalhões, em 1979, e fez a novela Feijão Maravilha, novamente com Bráulio Pedroso, vivendo Adelaide.

Bandeira 2, Locomotivas e Paraíso

Em 1980, retorna aos trabalhos de Cassiano G. Mendes, como a Sandra de Plumas e Paetês. Em 81, 82, 83, 84, 85 e 86, fez e interpretou respectivamente Jogo da Vida (Mariúcha), de Sílvio de Abreu; Paraíso (Maria Rosa), de Benedito Ruy Barbosa, no remake de 2009, Fernanda Paes Leme interpretou a mesma personagem; Voltei Pra Você (Lucinha), de Benedito Ruy Barbosa; Partido Alto (Cidinha), de Glória Perez e Aguinaldo Silva; a sensual Marilda, de Roque Santeiro, de Dias Gomes e Aguinaldo Silva; e Tudo ou Nada, de José Antônio de Souza, na Manchete, onde foi a protagonista, Guadalupe.





Após a mudança de emissora, Elizângela fez apenas um trabalho na Manchete, depois permaneceu afastada do vídeo por cinco anos. Nesse período, passou por algumas dificuldades financeiras, fazendo algumas peças, até retornar à Globo, primeiro com participação em quadro do programa de Chico Anysio, depois voltando às novelas como a perua Rosemary Pontes, uma das amantes de Jorge Tadeu (Fábio Jr), em Pedra Sobre Pedra, sucesso de Aguinaldo Silva, de 1992. Participou de um episódio do Você Decide chamado Sinuca de Bico, em 1993. Saiu da Globo novamente em 1994, ao ser contratada pelo SBT para a novela Éramos Seis, um grande sucesso da emissora de Silvio Santos, nessa trama ela fez Marion e logo em seguida atuou em As Pupilas do Senhor Reitor, como Teresa.

Rosemary e Jorge Tadeu, em Pedra Sobre Pedra

As Pupilas do Senhor Reitor

Já na Globo de novo em 1996, Elizângela participou de Malhação, sua personagem era Zizi, e ela ficou um mês na trama teen. Em 1997, a primeira e única novela de Manoel Carlos, a hoje reprisada pelo canal Viva, Por Amor, onde vivia a infiel e divertida Magnólia. A Primeira Vez de Carlinhos foi mais um episódio do Você Decide, que ela fez em 1998. Teve uma rápida participação em Suave Veneno, de Aguinaldo Silva, como Nazaré, em 1999. Também fez alguns personagens no Zorra Total, em seu ano de estreia.

Por Amor

Voltou com força total às novelas em 2001 como a divertida e empoderada Noêmia, de O Clone, uma super novela de Glória Perez. Em Senhora do Destino conquistou uma legião de fãs como a prostituta Djenane, cúmplice e mui amiga de Nazaré Tedesco, no marcante sucesso de Aguinaldo Silva, de 2004. Com Djenane, Elizângela não saiu mais do ar, até o momento sua presença é constante na telinha.

Samira e Noêmia, em O Clone

O sucesso em Senhora do Destino garantiu o passe de Elizângela para A Lua Me Disse, de Miguel Falabella, divertida novela das 7, de 2005, onde deu vida a engraçada papa anjo Assunta, que ia pra cama com todos os rapazinhos do aloprado Beco da Baiúca, bairro onde morava. Inesquecível o final da personagem, que engravida de Murilinho (Pedro Neschlling), filho de Marisinha (Bete Coelho), e se torna título do livro que a mãe do garoto lança no último capítulo, narrando o final dos personagens da trama, A Avó da Filha de Assunta é o hilário título do livro. Djenane e Assunta são as duas personagens da atriz que mais gosto.

Zelândia, Assunta e Dona Roma, em A Lua Me Disse

Depois vieram a oportunista Shirley, de Cobras e Lagartos (2006); a cafetina Cilene, de A Favorita (2008); a costureira Nicole (Daguijane), no remake de Ti Ti Ti (2010); a mãe de miss Íntima, em Aquele Beijo (2011); a turca Esma, em Salve Jorge (2012); Ednéia, na série Segunda Dama (2014); a traída Jurema, em Império, (2014); Milah, em A Terra Prometida (2016), numa rápida transferência para a Record TV; e finalmente a consagração como a grande atriz que sempre foi, em A Força do Querer (2017).

Jurema e Tuane, em Império

Que possamos nos divertir, emocionar e até odiar muito ainda essa tão carismática e talentosa atriz, que por sua trajetória sempre se reinventa e dá a volta por cima, sem medo do trabalho e sem esquecer que uma hora se está por cima e na outra, por baixo, mas sempre mantendo seu escancarado e contagiante sorriso no rosto.




Outros trabalhos da atriz:

CINEMA

Quelé do Pajeú (1969)
O Enterro da Cafetina (1970)
Vale do Canaã (1971)
O Judoka (1973)
1972 (2006)
Xuxa Gêmeas (2006)
Pequeno Dicionário Amoroso 2 (2014)

TEATRO

Tudo no Escuro (1976)
Papo Furado (1980)
A Bombinha e o Sonho (1981)
Meninas S.A (1983)
O Dia em Que Alfredo Virou a Mão (1983)
Trair e Coçar é Só Começar (1986)
Prima com Chantilly (1987)
Viva Sem Medo Suas Fantasias Sexuais (1995)
Bonifácio Bilhões (1997)
Bodas de Papel (2000)
Tem Um Psicanalista na Nossa Cama (2004)
A Vida Privada é Uma Comédia (2005)
Os Monólogos da Vagina (2007)
A Partilha (2013)


    PARABÉNS ELIZÂNGELA