Há 18 Anos a Globo Encerrava o Seriado MULHER #29



Mulher foi um seriado médico que abordava questões do universo feminino, veiculado pela Rede Globo em duas temporadas, a partir de 2 de Abril de 1998, sendo encerrado em 7 de Dezembro de 1999, completando hoje 18 anos de seu último episódio.

O seriado foi uma ideia original de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, com criação de Daniel Filho, Antônio Calmon e Elizabeth Jhin. Nos roteiros, Euclydes Marinho, Maria Helena Nascimento, Álvaro Ramos, Doc Comparato e outros. Na pesquisa de texto, Marília Garcia e na direção, Daniel Filho, José Alvarenga Jr., José Carlos Piéri, Mário Márcio Bandarra, Cininha de Paula e outros. A supervisão, também de Daniel Filho.

Daniel Filho

Durante um voo, uma mulher grávida entra em trabalho de parto. Por sorte, entre os passageiros estavam duas médicas. Nesta situação de emergência ocorre o primeiro encontro entre as doutoras Marta (Eva Wilma) e Cris (Patrícia Pillar), as duas protagonistas do seriado Mulher.

Cris e Marta

Marta Correa Lopes é médica há cerca de 40 anos, foi uma das primeiras mulheres no Brasil a exercer a profissão de ginecologista e obstetra, sendo muito respeitada por toda a comunidade médica. Conservadora e politicamente correta, Marta é médica-chefe da Clínica Machado de Alencar e julga suas falhas com grande rigor.

Cláudia Ohana no episódio Dormindo Com o Inimigo 

A jovem Cristina Brandão é uma doutora dedicada e idealista, mas também gosta de frequentar a noite carioca. Apesar de ser filha de uma rica família mineira sempre buscou por conta própria suas vitórias pessoais e profissionais. Às vezes contraditória ela alterna a competência na profissão com o caos na vida particular.

Marta, Luli e Cris

Ambas são profissionais abnegadas e apesar de pertencerem a gerações diferentes, movem-se pela mesma paixão pelo trabalho e pelo compromisso ético. Com a missão de salvar e proteger seus semelhantes, as duas são incansáveis e abrem mão até mesmo de suas vidas particulares.

Susana Werner no episódio Lugar ao Sol

Marta vislumbra em Cris uma possível sucessora e a convida para trabalharem juntas na Clínica Machado de Alencar, especializada em ginecologia e obstetrícia. Cris aceita e as duas passam a compartilhar as dificuldades da profissão e o convívio com Afrânio (Cássio Gabus Mendes), dono da clínica, médico sem muito senso de responsabilidade social e de ética duvidosa.

Afraninho e doutor João Pedro




Além dos dramas profissionais e pessoais de Marta e Cris, o cotidiano da clínica é movimentado pela história de outros funcionários e dos pacientes que por lá passam. Cada episódio trazia uma ou mais questões médicas com participações especiais. No elenco fixo, além de Eva Wilma, Patrícia Pillar e Cássio Gabus Mendes, ainda Mônica Torres (Dra. Anair), Carlos Zara (Otávio Lopes, marido de Marta), Maurício Mattar (Carlos, filho de Marta), Lúcia Alves (Telma), Carla Daniel (Shirley), Nildo Parente (Samuel) e Paulo Barbosa (Amaury), entre outros.

Dentre os diversos temas abordados em seus 62 episódios, Mulher tocou em assuntos prosaicos, como o manuseio errado do preservativo, que fica dentro de uma paciente após a relação sexual, em episódio protagonizado por Fernanda Rodrigues, e outros mais complexos como o de uma moça virgem que engravida, feita por Taís Araújo; a menstruação precoce de uma menina de 8 anos, que faz a amarga e ríspida mãe, vivida por Vera Fischer maltratar a filha por não entender o que acontece, e o hermafroditismo, abordado em uma história protagonizada pela famosa modelo Luli, que descobre não poder ter filhos por possuir os órgãos internos masculinos, papel dramático e delicado que coube a Ana Paula Arósio.







Mulher teve duas trilhas sonoras nacionais lançadas pela Som Livre. No volume 1, lançado em 1998: Mulher (Emílio Santiago), tema de abertura; Quando é Amor (Só Pra Contrariar); Desde Que o Samba é Samba (Beth Carvalho e Belô Veloso); Minha e Tua (Martinho da Vila); Fala Baixinho (Maria Bethânia); Ébano (Luiz Melodia); Alento (Paulinho da Viola); Os Passistas (Caetano Veloso), entre outros.



No volume 2, de 1999: Novamente (Ney Matogrosso); Aqueles Olhos Verdes (Milton Nascimento); Samba do Approach (Zeca Baleiro); Sossego (Sandra de Sá); Moro no Brasil (Farofa Carioca); Quando Você Não Está Por Perto (Barão Vermelho); Falso (Cláudio Lins); Algo Me Pegou (Marina Lima); Lágrimas e Chuva (Verônica Sabino), entre outros.



Curiosidades:

- Exibido semanalmente, todas as quintas-feiras, Mulher era uma espécie de versão brasileira e feminina do seriado americano Grey's Anatomy.

- Eva Wilma e Patrícia Pillar retornavam a TV após dois trabalhos marcantes. A vilã Altiva, de A Indomada (1997) e a boia fria Luana, de O Rei do Gado (1996).

- A Globo contratou dois roteiristas americanos, Lynn Manet e Scott Williams, para integrar a equipe de criação do seriado, além de médicos e diversos profissionais da saúde para auxiliar nos roteiros, a fim de que não houvesse absolutamente nenhum tipo de erro na condução das histórias e na abordagem dos mais variados temas. Médicos da equipe que cuidavam da esposa de Euclydes Marinho e o doutor Malcolm Montgomery, marido da atriz Mylla Chistie, na época e indicação de Eva Wilma, foram parar no seriado.

- Na primeira temporada a série teve 26 episódios, o título da primeira história foi O Princípio de Tudo, e a segunda temporada contou com 36 episódios, encerrando-se com Mães.

- Cássio Gabus Mendes e Guilherme Fontes fariam Carlos, filho de Marta e interesse romântico de Cris, e Afrânio, dono da clínica, respectivamente. Guilherme foi afastado do projeto e Cássio assumiu seu papel. Para Carlos, foi escalado Maurício Mattar.

- Muito antes da carismática Joana Mocarzel encantar o país com a esperta Clara, em Páginas da Vida, outra atriz portadora da síndrome de down, marcou no episódio da série Escolhas, que abordou este tema. Paula Werneck, então com 10 anos, interpretou a filha de Malu Mader e Paulo Betti. O dilema da mãe era se continuava casada com um homem que lhe dava estabilidade financeira mas desprezava a filha por ser down.

- No episódio Desejos Incontroláveis, Beth Goulart e Paloma Duarte formaram um casal lésbico.

- O título provisório de Mulher foi Rosa Choque.

Fernanda Torres foi a primeira atriz convidada por Daniel Filho para interpretar a doutora Cris.

- Na primeira temporada da série, Maurício Mattar precisou ser afastado do trabalho, seu personagem Carlos morreu. As cenas de Marta e Cris pós-morte de filho e namorado respectivamente, foram bastante emocionantes. Na segunda temporada, surgiu na série o médico João Pedro (Alexandre Borges), que viria a ser o novo interesse romântico da doutora Cris.

 

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