Há 5 Anos Estreava SANGUE BOM #51



Em 29 de Abril de 2013, estreava na faixa das 7 da Rede Globo, Sangue Bom, uma novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, escrita com a colaboração de Álvaro Ramos, Letícia Mey, Juliano Righetto, Marta Nehring, Rodrigo Amaral e Tati Bernardi. A trama foi dirigida por Maria de Médicis, Carlos Araújo, Luísa Lima, Cristiano Marques, Henrique Sauer, com núcleo de Dennis Carvalho. Num total de 160 capítulos, foi antecedida pelo remake de Guerra dos Sexos e sucedida por Além do Horizonte, e hoje completa 5 anos de estreia.

os autores: Vincent Villari e Maria Adelaide Amaral

A valorização excessiva da aparência, a febre pelo consumo e o desejo de fama a qualquer custo, sem mérito e com o mínimo esforço, eram alguns dos temas centrais de Sangue Bom, uma história que se passava em um bairro paulista, onde transitavam os seis protagonistas da trama: Bento (Marco Pigossi), Amora (Sophie Charlotte), Malu (Fernanda Vasconcelos), Maurício (Jayme Matarazzo), Fabinho (Humberto Carrão) e Giane (Isabelle Drummond). Jovens e apaixonados, os seis estavam conectados por histórias de amor. Giane ama Bento, que ama Amora, que gosta de Maurício, que é o grande amor de Malu. Fabinho não ama ninguém, a não ser ele mesmo, e faz tudo para conseguir dinheiro e poder.

Bento, Giane, Amora, Fabinho, Malu e Maurício

Bento, Amora e Fabinho se conhecem, ainda crianças, no lar de adoção de Gilson (Daniel Dantas) e Salma (Louise Cardoso), bairro da Casa Verde, em São Paulo. Bento chega recém-nascido, após ser abandonado na estação da Luz por sua avó Glória Pais (Yoná Magalhães). O menino é fruto da relação de Lívia (Letícia Cannavale), filha de Glória, com Wilson (Marco Ricca), motorista da família. Glória consegue separar o casal, mas, para sua tristeza, Lívia morre no parto. A criança, que foi entregue nos braços de Silvério (Norival Rizzo), faxineiro na estação, é levada para o orfanato.

Glória e Chica

Fabinho teve uma história um pouco diferente. A mãe Irene (Deborah Evelyn), suspeita que está sendo traída pelo marido, Plínio (Herson Capri), e se afasta do pai do menino. Entra em depressão durante a gravidez, piora após dar à luz e passa anos na ala psiquiátrica de um hospital. Decide então, entregar Fabinho, ainda bebê, a uma enfermeira.

Irene

Amora é abandonada pela irmã, Simone (Andreia Horta), na rua, aos nove anos. As duas eram crianças, e Simone não tinha como criá-la sozinha. Amora chega ao lar descalça e com roupas rasgadas. A primeira coisa que pede é um sapato, paixão pela qual terá ao longo da vida. No decorrer da trama, cada personagem toma um rumo diferente e se esbarra com os outros protagonistas. Malu é irmã de criação de Amora. Giane trabalha com Bento em cooperativa de flores, a Acácia Amarela, e é apaixonada pelo amigo. Fabinho é adotado por uma família falida do interior do estado, mas volta à capital disposto a encontrar os pais biológicos. Nesse momento, reencontra Bento e Amora. Maurício é um playboy com um coração de ouro. Amora é noiva do rapaz, só não imagina que sua irmã também seja apaixonada por ele.

Bento, Amora e Fabinho crianças

Bárbara Ellen (Giulia Gam), é uma atriz decadente que faz de tudo para retomar a fama. Ela acaba com o romance entre Plínio Campana e Irene, para ficar com o cineasta e garantir uma boa mesada. Com ele, tem sua única filha, Malu. O casamento não dá certo, mas Bárbara segue engajada no plano de se manter bem de vida. A adoção de crianças é uma das maneiras que encontra para não ser esquecida pela mídia. Ela finge ser generosa e boa mãe.

Plínio e Bárbara

Amora é a primeira a ser adotada por Bárbara. A beleza física da jovem e a influência da mãe adotiva fazem com que Amora se torne referência em estilo no Brasil, ou seja uma, it girl, e objeto de desejo dos rapazes. Também são filhos adotivos de Bárbara: Luz (Aline Dias), Kevin (Marcus Rigonati) e Dorothy (Ayumi Irie). Segunda a tresloucada Bárbara, Luz veio do Acre; Kevin é do Zimbábue; e Dorothy, é sobrevivente do tsunami que atingiu a Tailândia, em 2004. Mas o tempo revela histórias diferentes. Bárbara tem uma imaginação prodigiosa e sempre conta a versão que mais a favorece. Dorothy, por exemplo, é, na verdade, filha de Bolívar (Rubens Camelo), mordomo de Bárbara. O boliviano entregou a menina para atriz porque vive clandestinamente no país.

Bárbara com os filhos Luz, Kevin e Dorothy

Mais parecida com Bárbara, Amora frequentemente se deixa ser influenciada por ela, inclusive em suas escolhas amorosas. Maurício é seu primeiro pretendente. O rapaz é filho do famoso publicitário Natan Vasques (Bruno Garcia) e de Verônica (Letícia Sabatella). Aos olhos de Maurício, ele tem uma família perfeita. Bom rapaz que é, pretende reproduzir a experiência familiar. O que ele nem imagina é que sua futura cunhada, a centrada e generosa Malu é perdidamente apaixonada por ele. A jovem é formada em pedagogia e faz pós-graduação em assistência social. Íntegra e assertiva, não tem nada a ver com o mundo de fama e excessos, no qual vivem Amora e Bárbara.

Maurício e Amora

Quem também desperta paixões é Bento. O rapaz que é uma doce criatura, foi criado por Salma e Gilson como filho, e guarda na memória o amor de infância que sentiu por Amora. Anos sem vê-la, seus caminhos se cruzam novamente através de Malu, que escolhe Bento para ser um dos personagens de seu trabalho de pós-graduação sobre crianças que cresceram em lares adotivos. Durante uma conversa, ela descobre que Bento conhece Amora desde pequena e que, apesar do afastamento de anos, ainda tem um carinho especial por ela. Para ele, Amora ainda é uma boa menina.

Malu e Bento

Salma e Gilson

Além de mexer com os sentimentos de Amora, quando se reencontram em uma manifestação pacífica promovida por ele, contra o lançamento de um empreendimento imobiliário de Bluma Lancaster (Xuxa Lopes), onde Amora é uma das convidadas especiais, Bento também encanta Malu, que fica balançada entre o florista e Maurício. Quanto mais convive com o rapaz, mais enxerga o carinho e a leveza com que ele leva a vida, e como não é correspondida por Maurício, muito apaixonado por sua irmã, decide investir em Bento, que corresponde ao seu interesse, deixando Amora enciumada. Mas quem realmente não gosta nada dessa história é Giane, que guarda uma paixão antiga pelo amigo e sócio, nunca correspondida. A jovem ama Bento platonicamente e se faz de durona e mal-humorada para esconder seus sentimentos. Ele a vê como uma irmã e tem um amor fraterno pela garota. Filha de Silvério, o homem que levou Bento para o lar adotivo, Giane é torcedora fanática do Corínthians e adora jogar bola com os meninos da vizinhança, escondendo assim sua feminilidade em roupas e atitudes masculinas e muitas vezes grosseiras.



Fabinho que foi adotado por um casal rico quando era criança, vê a fortuna acabar com a morte do pai. Cansado de viver sem luxo, resolve voltar a São Paulo em busca dos pais biológicos e do dinheiro da família. Ao assistir a uma reportagem sobre Amora, de quem inveja o sucesso, vê uma foto de Irene e Plínio juntos. O rapaz percebe que Irene usa o mesmo anel que foi deixado com ele quando abandonado na casa de adoção e deduz ser filho do casal. Muito ingrato, Margot (Noemi Marinho), sua mãe adotiva, sofre com as atitudes de Fabinho. Com a morte do marido, ela se dedica à criação do filho, mas não tem o reconhecimento do garoto, que parte para São Paulo, deixando-a sozinha no interior.

Fabinho e Margot

Em paralelo a tudo isso, Maurício enfrenta a separação dos pais às vésperas de seu casamento com Amora. O relacionamento perfeito que só existia aos olhos de Verônica e do filho, começa a ruir quando a esposa percebe que o marido Natan não é o que ela imagina. O publicitário é mulherengo e uma de suas amantes é Bárbara Ellen.

Natan e Bárbara

Verônica é uma empresária de sucesso, dona da Para Sempre, empresa especializada em organização de casamentos. É chefe de Renata (Regiane Alves), que está noiva de Érico (Armando Babaioff). Quando solteira, sonhava ser cantora, mas desiste para viver à sombra do marido até descobrir às traições dele. Decepcionada com o casamento, a empresária passa a assumir, de vez em quando, a identidade da cantora sexy Palmira Valente. E, assim conquista Érico. Ela encontra o moço desolado no bar Cantaí após ter sido demitido do trabalho pelo chefe Natan, e ainda ter flagrado a traição de Renata com seu primo Tito (Rômulo Neto). Na tentativa de consolar Érico, os dois se tornam mais que amigos. No decorrer da trama, o publicitário descobre a identidade secreta de Verônica e o casal se separa. A empresária faz sucesso na pele de Palmira Valente. No final do folhetim os dois se reencontram e fazem as pazes, ficando juntos e felizes.

Verônica

Érico e Verônica

Quanto a Renata, se arrepende profundamente de ter traído o noivo às vésperas do casamento, e demora a expiar sua culpa, mas após se envolver com Vini (Maurício Destri), um rapaz bem mais jovem, e fazer as pazes com Érico, ela decide ficar sozinha e de bem consigo mesma.

Renata e Érico

Renata e Verônica

Já os protagonistas encontram seus caminhos amorosos. Malu que se envolveu com Bento e Maurício, fica dividida entre os dois, mas chega a conclusão que enxerga Bento como um irmão e que Maurício sim, é seu verdadeiro amor. Giane e Fabinho que se detestam e brigam a maior parte do tempo, acabam se apaixonando, após a via-sacra de redenção dele, que prova ser herdeiro de Irene e Plínio após um exame de DNA. Os dois formam o casal mais fascinante da história. E Amora e Bento após muitos altos e baixos, incluindo um casamento frustrado, se afastam durante um período em que ela amadurece e se torna tutora dos sobrinhos, órfãos de Simone, sua irmã que reaparece pedindo seu perdão após longos anos, e morre em decorrência de um câncer, acabam se reencontrando no último capítulo da mesma forma que aconteceu no primeiro e entre olhares apaixonados acabam se entendendo sem palavras.

Amora e Bento

Malu e Maurício

Fabinho e Giane

Outras tramas paralelas que agitaram Sangue Bom, foram as histórias de Wilson e sua família; Rosemere (Malu Mader), Perácio (Felipe Camargo) e Filipinho (Josafá Filho); e a vingança de Tina (Íngrid Guimarães) contra Bárbara Ellen.

Wilson é de uma família pobre da zona norte de São Paulo, irmão de Gilson, quando jovem trabalhou como motorista da família Pais e acabou se apaixonando por Lívia, uma das herdeiras. Os dois engataram um romance proibido, mas logo foram separados. Damáris (Marisa Orth), apaixonada por Wilson sem ser correspondida, vai até a mansão e inventa estar tendo um caso com o motorista. Lívia, grávida acredita na mentira, e inconsolável, aceita a proposta da mãe, Glória, de se afastar da cidade sem deixar rastros. A última notícia que Wilson recebe de Lívia é a de sua morte durante o parto. Por conta disso, ele acredita que o filho também não tenha sobrevivido.

Wilson e Bento

Após ter perdido Lívia, Wilson, atordoado, acaba se casando com Damáris, com quem tem três filhos: Tito, Vini e Mel (Carla Salle). Com o apoio do sogro, consegue prosperar e monta o Kim Park, um parque de diversões. O nome é em homenagem ao filho, que ele acredita não ter nascido, e o negócio mantém a família e os luxos de Damáris.

Wilson e Bento nunca se entenderam e em certos momentos chegam a se odiar, mesmo o rapaz sendo seu sobrinho postiço. A grande surpresa para os dois no final é descobrirem-se pai e filho, quando finalmente se entendem, e Glória apaixonada pelo neto já adulto, suplica o perdão de todos que  atingiu com sua atitude odiosa. Perdoada por Bento, ela termina seus dias livre de toda a amargura que a atormentou durante mais de 20 anos, e feliz. Wilson encontra o amor nos braços de Charlene (Mayana Neiva).

Glória e Bento

Charlene e Wilson

Já a obsessiva Damáris, após desistir de reatar seu casamento a qualquer custo, se envolve nas maiores loucuras ao se apaixonar por seu motorista Lucindo (Joaquim Lopes), um galinha de marca maior. Grande parte das situações cômicas da trama são protagonizadas pelo casal, juntamente com Tina, a secretária de Natan na agência de publicidade, que decide se vingar de Bárbara Ellen a la Nina, de Avenida Brasil. O motivo: no passado, Vitinho Barata (Rodrigo Lopez) era completamente apaixonado por Bárbara Ellen, mas foi abandonado por ela no altar. Traumatizado, o diretor nunca conseguiu pensar em casamento. Mas agora, noivo de Tina, terá de subir ao altar. Tina está feliz da vida e ansiosa pelo casamento, mas ao subir no altar, Vitinho não consegue dizer o "sim" e deixa sua noiva plantada diante do padre e de uma igreja lotada. Revoltada, Tina Atribui todo seu infortúnio a Bárbara Ellen, e então decide fazer ela pagar pelo trauma que causou em seu namorado. As cenas desse núcleo eram hilárias e a metalinguagem utilizada teve um ótimo resultado.





Perácio Pais nasceu em berço de ouro, mas o dinheiro não foi suficiente para ajudá-lo a encontrar a felicidade. Ele acaba caindo nas garras da mau-caráter Brenda (Letícia Isnard), cujo os filhos - Tábata (Samya Pascotto) e Xande (Felipe Lima) - assume. Seu sonho é ser um artista plástico reconhecido, mas, estimulado por Brenda, falsifica quadros. Sua mãe, Glória, não suporta a nora.

Brenda e Rosemere

Apesar de criar os enteados, Perácio não tem contato com o próprio filho, Filipinho, fruto de seu relacionamento com a garçonete Rosemere. Quando jovens, os dois se envolveram e a moça acabou engravidando, mas Rosemere fazia programas, e Perácio duvidou que fosse pai da criança. Magoada, por realmente amar Perácio, Rosemere nunca quis que pai e filho convivessem. Mas Filipinho começa a desejar conhecer o pai, e a vida de Perácio começa a mudar quando ele se aproxima do filho. Influenciado pela nova convivência com Filipinho e Rosemere, ele assume a falsificação dos quadros, conseguindo assim se livrar de Brenda, que o chantageava, e passa a fazer cópias legalizadas. Perácio e Rosemere, finalmente assumem que ainda se amam e retomam o relacionamento, formando uma feliz família ao lado de Filipinho, que também passou por um processo de descoberta de si mesmo, assumindo sua homossexualidade e terminando ao lado de Xande.      

Rosemere, Perácio e Filipinho

Filipinho e Xande

Perácio e Rosemere

Outro destaque inesquecível foi a Mulher Mangaba (Ellen Roche), a personagem, uma homenagem às mulheres frutas que dominavam a mídia naquela época, chegou de mansinho e roubou muitas cenas.



Sangue Bom foi uma novela completa e redondinha com todos os ingredientes que o horário pede. Não foi um tremendo sucesso de audiência, mas como audiência e qualidade não são sinônimos, afirmo sem medo que esta foi a melhor novela das sete dos últimos cinco anos. Maria Adelaide e Vincent Villari estavam inspiradíssimos e fizeram uma novela inédita, cômica mas profunda, com leveza e sofisticação, um entretenimento perfeito para relaxar e refletir.

A trilha sonora de Sangue Bom foi um deleite a mais, todas as músicas bem executadas durante a trama e escolhidas a dedo, servindo feito uma luva para todas as personagens e situações. A novela lançou três trilhas, duas nacional e uma internacional. Na nacional volume 1: Toda Forma de Amor (Sambô), tema de abertura; Simples Desejo (Thiaguinho), tema de Bento; Calma Aí (Monique Kessous), tema de Renata; Vagalumes (Pollo part. especial de Ivo Mozart), tema de Giane; Exagerando (Naldo), tema de Damáris, Vitinho e Tina; De Janeiro a Janeiro (Roberta Sá e Nando Reis), tema de Bento e Amora; Zoião (Emicida), tema de Fabinho; Poema (Ney Matogrosso), tema de Rosemere e Perácio; Dias Melhores Virão (Rita Lee), tema de Bárbara Ellen; Solteirinha da Pompeia (Ellen Roche), tema da Mulher Mangaba; e outras.



No volume 2: Quem é Você (Filipe Catto), tema de Wilson e Charlene; 130 Anos (Agridoce), tema de Irene; Alfazema (Cídia), tema de Lívia; A Gruta da Solidão (Zélia Duncan), tema de Tito; Fogo (Capital Inicial), tema de Lara; Jacarandá (Michele Leal), tema de Malu; Mordida de Amor (Yahoo), tema de Filipinho; De Volta ao Começo (Nana Caymmi), tema de Érico e Vrônica; Hoje Eu Tô Descontraída (Ellen Roche), tema de Mulher Mangaba; Quase Um Fado (Antônio Azambujo), tema de Glória; e outas.



Na trilha internacional: Ho Hey (The Lumineers), tema de Amora e Bento; Home (Phillip Phillips), tema de Giane e Fabinho; Some Nights (Fun), tema geral; Guardian (Alanis Morissette), tema de Renata; Feel So Close (Calvin Harris), tema de Amora; Next To Me (Emeli Sandé); That's Why God Made The Radio (The Beach Boys), tema de Tina e Vitinho; Madness (Muse), tema de Malu e Maurício; Because You Loved Me (Jesuton), tema de Charlene e Wilson; Mercedez Benz (Edson Cordeiro), tema de Rosemere e Perácio; e outras.



Curiosidades:

- Sobre a trama, comentou a autora Maria Adelaide Amaral:
“Basicamente é sobre o ter e o ser, sobre essa valorização excessiva da aparência, da notoriedade, da fama, da celebridade, e do esforço absurdo e patético ou cômico ou as duas coisas juntas que as pessoas fazem para se constituir famosas. Eu não tenho nada contra fama, contra a notoriedade, mas acho que tem que ser o corolário de um trabalho bem sucedido, reconhecido. O que me deixa desconfortável é a fama sem mérito e o sucesso sem trabalho. A essência da novela é essa inversão de valores.”

- Uma das inspirações para a criação da personagem de Giulia Gam, a Bárbara Ellen, foi a atriz britânica Elizabeth Taylor.

- Maria Adelaide Amaral começou a se interessar por moda quando escreveu a peça Mademoiselle Chanel, em 1991. Na novela Ti-Ti-Ti (2010), mergulhou ainda mais nesse universo. Nesse período, as estilistas Gloria Kalil e Costanza Pascolato já falavam nas it girls, jovens que ditavam tendências e geralmente eram blogueiras. Elas tinham prestígio entre os editores de grandes revistas de moda. Para explorar o fenômeno, a autora escreveu a personagem Amora (Sophie Charlotte). Na trama, a personagem era apaixonada por sapatos e chegou a ter 180 pares.

- A cidade de São Paulo, que serve de pano de fundo para a novela, foi mostrada pelo lado menos convencional. A ideia dos autores era revelar os hábitos da classe C paulistana e lugares menos frequentados, como as pinacotecas, o Pacaembu, o Museu da Língua Portuguesa.

- Grande parte dos personagens da novela pertencia a quatro locais de trabalho: Luxury, Para Sempre, Crash Mídia e Cantaí. O programa de entretenimento Luxury era comandado por Lara (Maria Helena Chira), que foi substituída por Amora (Sophie Charlotte) em sua licença-maternidade. A Para Sempre funcionava como assessoria de casamentos e pertencia à Verônica (Letícia Sabatella). A agência de publicidade Crash Mídia era de Natan (Bruno Garcia). E o bar Cantaí, propriedade de Gilson (Daniel Dantas) e Salma (Louise Cardoso), revelava diversos talentos do folhetim.

O universo circense e cores fortes – tons de vermelho, roxo, verde, laranja e amarelo- foram usados como referência para a montagem do cenário do Kim Park. As cenas gravadas nesse ambiente contaram com 20 figurantes, desde profissionais de perna de pau até patinadores.

- A novela tinha um elenco numeroso, com muitos jovens atores, vários deles desconhecidos do público. Apesar do elenco inchado, nenhum ator coadjuvante ficou sem algum destaque em algum momento. Ponto para os autores da novela, que souberam administrar um elenco grande dando falas para todo mundo.

- Três características de Ti Ti Ti – a trama anterior da dupla Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari – foram repetidas em Sangue Bom: a trilha sonora bacana, a citação a outras novelas e personagens de nossa Teledramaturgia, e a homossexualidade tratada de uma forma para lá de natural, com direito a final feliz para casais gays. Sem levantar bandeira, a diversidade imperou em Sangue Bom – inclusive através da figura do travesti Mulher Pau-de-Jacu (Luiz André Alvim).

- Maria Adelaide Amaral comentou sobre a escolha do bairro paulistano da Casa Verde para ambientar Sangue Bom:
“A particularidade da Casa Verde é que, além de ser um dos últimos bairros com intensa vida comunitária, é uma área com vida boêmia e musical intensa, temas que serão abordados na novela”.
“Lá ainda existe essa consciência do outro muito forte”, complementou seu parceiro Vincent Villari. 

- Em Holambra, no interior de São Paulo, parte do elenco gravou algumas cenas e fez laboratório para alguns personagens. Esta gravação foi realizada com Marco Pigossi, o florista Bento, e Isabelle Drummond, sua sócia Giane.

- Sangue Bom esteve em concomitância com a atualidade. Ao abordar o universo das celebridades instântaneas, a novela citou programas de televisão (de entrevistas, séries, reality-shows), flashmobs, vídeos no Youtube, etc.
O nome do reality-show A Que Ponto Chegamos era o mesmo do livro de contos de Vincent Villari, lançado em 2013.

- O vídeo do primeiro beijo entre Fabinho (Humberto Carrão) e Giane (Isabelle Drummond) fez o maior sucesso no site da novela no portal da Globo. Postado no sábado de 28/09/2013, o beijaço entre os personagens teve até segunda-feira (dia 30/09) 235 compartilhamentos no Twitter, 22 no Google+ e 767 no Facebook.
O vídeo mais visto de Amor À Vida (a novela contemporânea das nove), por exemplo, com a morte de Nicole (Marina Ruy Barbosa), de 08/08/2013, teve 27 compartilhamentos no Twitter, 19 no Google+ e 716 no Facebook.

- Carlos Araújo era o diretor geral da novela, porém acabou sendo afastado das gravações em maio de 2013, depois de ser acusado de agredir uma assistente de direção. A suposta vítima chegou abrir um boletim de ocorrência. As cenas da novela foram assumidas por Dennis Carvalho, que já era o diretor de núcleo.

- Por problemas internos nos bastidores, o jovem ator Josafá Filho – que vivia Filipinho, o “Famosinho da Casa Verde” – também ficou afastado da novela por um tempo, retornando no final.

- Já Xuxa Lopes (Bluma Lancaster) afastou-se por problemas de saúde. A princípio, entrou em cena uma outra personagem, Karmita (Carmem Verônia), mãe de Bluma, que ficou até o fim da novela. Na reta final, Helena Fernandes fez uma participação, como Lana Ferreira, fazendo as vezes da personagem de Xuxa Lopes.

- Longe da audiência alcançada por Cheias de Charme (2012), o último grande sucesso do horário (média final de 30 pontos no Ibope da Grande São Paulo), Sangue Bom teve um resultado até modesto no Ibope: 25 pontos – enquanto Aquele Beijo (2011-2012) alcançou o mesmo número, e Guerra dos Sexos (2012-2013) fechou com 23.

- Última novela de Yoná Magalhães, falecida em 20 de outubro de 2015.




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