Especial: Walther Negrão #56



Nascido em Avaré, interior de São Paulo, em 24 de Maio de 1941, hoje, o autor de telenovelas Walther Negrão, completa 77 anos de vida.

Negrão mudou-se para São Paulo aos 14 anos, onde estudou dramaturgia ao lado das atrizes Célia Rodrigues e Vida Alves; trabalhou como figurante e ator em algumas novelas da TV Tupi; e escreveu colunas no jornal Última Hora e na revista feminina Cláudia.

Como autor estreou na televisão em 1958, ao escrever para O Grande Teatro Tupi, e adaptando textos radiofônicos para a Rede Record. Escreveu sua primeira telenovela em 1964, ao colaborar com Roberto Freire em Renúncia, da Rede Record, exibida às 19 horas. Também da Record e ao lado de Roberto Freire novamente, sua novela seguinte foi Banzo (1964), às 22 horas. A parceria com Roberto Freire nas novelas da Record, seguiu-se com Marcados Pelo Amor (1964/1965) e Somos Todos Irmãos (1966).


Vinil da novela Renúncia

Em 1967, adaptou a primeira novela da TV Bandeirantes, Os Miseráveis, baseando-se no romance homônimo de Victor Hugo. Nos anos seguintes colaborou com Geraldo Vietri em Os Rebeldes (1967), Antônio Maria (1968) e Nino, o Italianinho (1969), para a TV Tupi. Estreou na Rede Globo como substituto de Hedy Maia em A Cabana do Pai Tomás (1969).


Os Rebeldes

Antônio Maria

Nino, o Italianinho

A Cabana do Pai Tomás

Seu primeiro trabalho como autor principal na emissora dos Marinho seria A Próxima Atração, de 1970. De 1971 a 1978, assinou as novelas: Editora Mayo, Bom Dia (1971), na Record; O Primeiro Amor (1972), novela da Globo, que gerou a dupla Shazan e Xerife, personagens de grande sucesso, que ganharam um programa próprio depois da novela, a qual Negrão também escreveu uma versão mexicana para a Televisa em 1973, El Primer Amor; em 1973 também escreveu sua primeira e única novela das oito, Cavalo de Aço, considerada fracasso de audiência; Supermanoela (1974), que também não foi feliz na audiência, e acabou por afastar o autor da Rede Globo, levando-o de volta para a Tupi, onde escreveu quatro tramas seguidas, Ovelha Negra (1975), Xeque-Mate (1976), Cinderela 77 (1977) e Roda de Fogo (1978), novela homônima à escrita por Lauro César Muniz, na Globo, em 1986.


O Primeiro Amor

Ovelha Negra



Na década de 1980, Negrão retornou à Globo e não saiu mais. Sua volta foi como supervisor de Chega Mais (1980), novela de Carlos Eduardo Novaes. No mesmo ano assinou As Três Marias. Em 1981, foi chamado para tentar salvar O Amor é Nosso, novela de Wilson Aguiar Filho e Roberto Freire, considerada um grande desastre. Em 1983, foi responsável por Pão Pão, Beijo Beijo, no horário das seis, faixa onde fez a maioria de seus trabalhos, como Livre Para Voar (1984), Direito de Amar (1987) e Fera Radical (1988), essa praticamente uma releitura de Cavalo de Aço, mas com uma protagonista feminina, e diferentemente de sua única novela das oito, um grande sucesso. Em 1989, rompeu o ciclo de novelas das seis, e ao lado de Antônio Calmon, assinou mais um sucesso no horário das sete, Top Model.





Fera Radical

Top Model

Nos anos 1990, Negrão tornou-se oficialmente o autor das seis, tendo apenas uma trama exibida às 19 horas, título que se estendeu pelos anos 2000 e 2010. Em 1992, escreveu Despedida de Solteiro. Depois Tropicaliente, em 1994; Anjo de Mim, em 1996; Era Uma Vez..., em 1998; e às sete, Vila Madalena, em 1999. Em 1991 e 1994, escreveu respectivamente as minisséries O Sorriso do Lagarto A Madona de Cedro.

Eduardo Moscovis e Andréa Beltrão em A Madona de Cedro








Na década de 2000, ele supervisionou o autor Yves Dumond em Vale Todo (2002), versão hispânica de Vale Tudo para a Telemundo. Em 2004, escreveu Como Uma Onda; Desejo Proibido, de 2007; e Araguaia, em 2010. Ao lado de Maria Adelaide Amaral, foi responsável pelo grande sucesso da minissérie A Casa das Sete Mulheres, em 2003.

A Casa das Sete Mulheres








Nos anos 2010, esteve à frente de Flor do Caribe (2013) e Sol Nascente (2016). Apesar da saúde debilitada que o afastou dos roteiros desta última, Walther Negrão está recuperado e continua na ativa, aguardando a aprovação de uma nova sinopse. Autor que mais escreveu novelas no horário das seis, não se importa de ter no currículo apenas uma novela do horário nobre e nem almeja voltar à faixa. Está bem no posto que conquistou, escrevendo novelas leves, solares e praianas. Sempre aquele mesmo feijão com arroz bem feito, que às vezes enjoa, mas nunca perde seu lugar cativo no coração do público.

Flor do Caribe




Walther Luís Negrão é um operário da nossa TV e merece todas as homenagens, pois é parte da história da televisão brasileira nessas mais de seis décadas de teledramaturgia.



Sol Nascente


Outros trabalhos:

TELENOVELA:

- Pic-Nic Classe C (1982)

SERIADOS:

- Ontem, Hoje, Amanhã (1959)
- Patrulha Bandeirantes (1967)
- Viva a República! (1968)
- Shazan, Xerife e Cia (1972-1974)
- Malu Mulher (1979)
- Casa Fantástica (1980)
- Obrigado Doutor (1981)
- Caso Verdade (1982)
- Carga Pesada (2003)

TELETEATROS:

- Aplauso (1958 e 1979)
- Teatro Nove (1958)

PROGRAMAS:

- Revista Feminina (1958)

CINEMA:

- Uma Estranha História de Amor (1979)
- O Preço da Paz (2003)

TEATRO:

- O Diário de Anne Frank (1958)
- Picnic (1959)
- A Ilha Nua (1961)



FELIZ ANIVERSÁRIO, WALTHER NEGRÃO!

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