Há 3 Anos Estreava ALÉM DO TEMPO #64


Em 13 de Julho de 2015 estreou Além do Tempo, novela das seis, escrita por Elizabeth Jhin com a colaboração de Eliane Garcia, Lilian Garcia, Duba Elia, Renata Jhin, Vinícius Vianna e Wagner de Assis. Com direção geral de Pedro Vasconcelos e núcleo de Rogério Gomes, a trama contou com 161 capítulos. Foi antecedida por Sete Vidas e sucedida por Eta Mundo Bom, completando hoje três anos de estreia.

A autora Elizabeth Jhin entre os diretores Rogério Gomes e Pedro Vasconcelos

Sucesso recente da televisão, a história espírita de Elizabeth Jhin era uma trama dividida em duas fases. Na primeira, a novela se passava no século XIX, em Campobello, região fictícia, que se desenvolve graças à colonização italiana e ao cultivo de uvas, no Sul do Brasil. A dona da taberna da cidade, Emília (Ana Beatriz Nogueira), preocupa-se com o futuro da filha, Lívia (Alinne Moraes), e manda a jovem para um convento. A noviça frágil de Emília faz com que a moça obedeça a mãe.

Lívia e Emília na primeira fase

Emília ainda é contra a paixão de Pedro (Emílio Dantas) por Lívia. Os dois são amigos de infância, mas a noviça o considera como irmão. Ele é filho de Gema (Louise Cardoso), a melhor amiga da dona da taberna, e irmão de Anita (Letícia Persiles), fiel escudeira de Lívia. Mas é a notícia da volta da família da Condessa Vitória Castellini (Irene Ravache) para Campobello, que deixa Emília nervosa e mais ansiosa pelos votos perpétuos da filha.

Pedro

Na juventude, Emília (Gabriela di Grecco) pertencia a um grupo de saltimbancos e usava o codinome "Allegra". Durante uma apresentação, ela conheceu e se apaixonou por Bernardo (Bernardo Marinho), único filho da Condessa Vitória. Os dois enfrentaram a resistência da mãe do rapaz e as dificuldades para ficar juntos.

Certo dia, a Condessa com a ajuda do capataz Bento (Felipe Fagundes/Luiz Carlos Vasconcelos), armou um acidente para Emília, mas era Bernardo quem estava no lugar da amada. O jovem foi dado como morto, e Emília escondeu a gravidez da família Catellini. Nem mesmo a filha Lívia conhecia o passado da mãe.

Condessa Vitória Catellini

Junto com a Condessa Vitória também chegam o Conde Felipe (Rafael Cardoso), seu sobrinho-neto por quem Lívia se apaixona; Melissa (Paolla Oliveira), sua noiva; e a mãe dela, Doroteia (Júlia Lemmertz). Viúvo e pai de Alex (Kadu Schons), Felipe está prestes a se casar com Melissa, mas fica encantado por Lívia ao salvá-la de um acidente.

Felipe e Melissa

Doroteia

Dias depois, a noviça foge do convento por algumas horas, para se divertir com a amiga Rita (Daniela Fontan), e encontra o Conde na festa da colheita da uva, em Campobello. O amor entre os dois é inevitável.

Lívia e Felipe

Emília tenta manter a filha longe dos Castellini, mas os planos dela fracassam. Sua taberna é incendiada a mando da Condessa Vitória, que deseja expulsá-la da cidade, e ela fica doente após inalar fumaça. Ao saber da notícia, Lívia vai ao encontro da mãe e descobre a verdade sobre sua origem.

Emília acredita que Bernardo (Felipe Camargo) está vivo e desmemoriado. Lívia desiste do noviciado ao saber que é neta da Condessa Vitória Castellini. Ela vai trabalhar no casarão da avó para descobrir o paradeiro do pai e conseguir mais detalhes de um possível envolvimento da Condessa na misteriosa "morte" do filho.

Bernardo

Lívia se afeiçoa à Vitória e luta contra o ciúme desmedido de Melissa, noiva de Conde Felipe. Tempos depois, a ex-noviça descobre que a avó deixou Bernardo internado em um hospital psiquiátrico, porque ele permaneceu inconsciente depois do acidente. O que a nobre não esperava era a fuga do filho. Agora, Vitória temia o possível encontro entre o herdeiro e Emília.

Emília e Bernardo realmente se reencontram. Debilitado, ele fica sob os cuidados de seu grande amor, e passa a formar junto com Lívia a família que nunca conseguiram. Vitória não desconfia que o filho está sob os cuidados de Emília, e que Lívia é sua neta. O primeiro a tomar conhecimento de toda a história é o Conde Felipe, que descobre a verdade por meio de Pedro.

Emília e Bernardo

Felipe não se conforma com a mentira de Lívia e decide manter o noivado com Melissa. Mas antes do casamento, o Conde lê o diário da falecida esposa e descobre que a atual noiva foi culpada pelo fim de seu primeiro casamento. Ao abandoná-la no altar, ele vai atrás de Lívia e os dois decidem ficar juntos.

Melissa fica indignada com o fim do relacionamento e conta com a ajuda de Pedro para arruinar a relação de Felipe e Lívia. Ao surpreender o casal, Pedro duela com o Conde. Durante o embate, Melissa surge e empurra Lívia de um penhasco. Felipe tenta salvá-la, mas Pedro mata Melissa e, em seguida, mata o nobre, que cai no abismo junto com a amada.



Com as mortes de Lívia e Felipe, a novela dá início a sua segunda fase, dando um salto no tempo de 150 anos. Os personagens voltam reencarnados com os mesmos nomes e alguma ligação entre si, mas com personalidades distintas do século XIX. A trama recomeça com a troca de olhar entre Lívia e Felipe no metrô do Rio de Janeiro. Ela está atrasada para uma reunião e ele, que vive em Belarrosa, no sul do país, está na cidade para apresentar um de seus vinhos a um sommelier.

Lívia é enólogo e filha de Emília. Sua família é dona da Beraldini, grande empresa de importação e exportação de vinhos. Ela é noiva de Pedro, um dos diretores da Beraldini. Felipe é casado com Melissa e pai de Alex. Ele é dono de uma pequena vinícola, chamada Campobello, e não ambiciona ficar rico. O empresário prefere fazer um bom vinho, em pequena escala, a sacrificar a qualidade de seu produto.

Melissa e Felipe na segunda fase

Lívia e Felipe se cruzam novamente quando a enóloga vai a Belarrosa com Anita, sua executiva- assistente e amiga, para obter informações sobre uma vinícola que está prestes a falir e pode ser um bom negócio para a sua empresa. Lá, ela encontra Felipe em uma festa tradicional da cidade. Eles se atraem e, a princípio, tentam controlar a paixão.

Emília descobre que a vinícola prestes a falir pertence a Vitória, sua mãe. No passado, Vitória abandonou a filha, no dia em que a menina completou sete anos e o então marido Alberto (Juca de Oliveira), e fugiu com o amante. Anos depois, Vitória se casou novamente, desta vez, com o dono da vinícola Ventura, que foi levada a falência por causa da má gestão de seu enteado, Bento.

Vitória e Alberto

Sem saber que a mãe se arrependeu e voltou para buscá-la logo após sair de casa, Emília cresceu com sede de vingança. Com a venda da Ventura, a dona da Beraldini vê a oportunidade de deixar Vitória sem bens. Emília expulsa Vitória de casa e ninguém entende o ódio da empresária por aquela mulher.

Enquanto isso, Lívia e Felipe não conseguem conter o que sentem um pelo outro e provocam a ira de Melissa e Pedro. Melissa chega a sequestrar o próprio filho para intimidar o ex-marido. Mas nada disso muda a decisão do casal que luta contra o ciúme e as chantagens dos ex-parceiros.

Felipe e Lívia


Nessa segunda fase, Bernardo vai para Belarrosa supostamente para escrever um livro. Mas, no fundo, outra razão o levou até lá. Ele desejava descobrir a identidade de seus pais biológicos. Durante a procura, o escritor conhece Emília. Apesar de, no começo, não simpatizarem um com o outro, os dois acabam se envolvendo e Bernardo descobre que é filho de Guillermo Ventura, ex-marido de Vitória.

Bernardo decide interromper o processo de venda da vinícola Ventura. A relação entre Emília e o escritor fica estremecida com a revelação e piora quando Bernardo descobre as armações da amada contra Vitória.

Bernardo

Além dos contratempos que Lívia enfrenta com Felipe por terem assumido a relação, ela fica atônita com o segredo da mãe. Com a vinda de seu avô Alberto, da Itália para o Brasil, a enóloga descobre o parentesco ao ouvir uma conversa entre Emília e ele. Ninguém sabe, mas Alberto voltou para contar a Vitória, sua ex-mulher, que mentiu para "Mili" e pedir-lhe perdão.

No passado, Vitória tentou uma reaproximação após fugir por conta de uma paixão repentina, mas recebeu a notícia de que sua filha Mili havia morrido. A história havia sido inventada por Alberto, que carregado de mágoa e raiva, conseguiu um atestado de óbito da criança.

Vitória fica desnorteada ao descobrir que a filha não morreu, mas decide ir atrás dela. A empresária não acredita na mãe e Lívia pede demissão da Beraldini por divergir das opiniões e atitudes de Emília. Dias depois, Alberto conta para a filha que mentiu por vingança.

Emília e Lívia na segunda fase

Confusa com a confissão do pai, Emília sai às pressas de carro e sofre um acidente. Ao recuperar a consciência, a empresária perdoa a mãe. Antes mesmo de perdoar o pai, Alberto morre ao cair da escada tentando pedir perdão à filha de joelhos. Apesar da perda, algo de bom acontece na vida de Emília, ela é surpreendida com o pedido de casamento de Bernardo.

No fim da história, nem todos conseguem corrigir os erros de vidas passadas. É o caso de Pedro, que revoltado com o fim do noivado com Lívia, tenta comprar, sem sucesso, a vinícola de Felipe. O vilão fica enfurecida ao descobrir que a ex e o rival agora são sócios da Campobello, e que seu plano fracassou. Para provocar o vinicultor, Pedro sequestra Alex, filho de Felipe e Melissa, mas o menino é salvo pelo pai.

Momentos depois, Pedro surpreende Lívia e Felipe. Ele atira no rival e, mais uma vez, o casal fica pendurado no precipício. Melissa surge, mas desta vez, mata o vilão e salva os dois apaixonados. Dias depois, ela decide buscar tratamento psiquiátrico no Rio de Janeiro. O tempo passa, a produção de vinhos da Campobello é um sucesso e todos conseguem seguir a vida sem mágoas.

Pedro, Felipe e Lívia

Em torno da história principal, desenvolve-se tramas paralelas interessantes. Como a história de Anita e seus dois amores. No século XIX, Anita é uma das criadas do casarão da Condessa Vitória. Ela cede aos encantos do bon vivant Roberto (Rômulo Estrela), irmão de Melissa, e engravida dele. Em seguida, a jovem descobre que foi enganada e é amparada por Afonso (Caio Paduan), que promete assumir o filho da amada. No entanto, Anita perde o bebê, mas termina ao lado de Afonso.

Anita entre Roberto e Afonso

Nos dias atuais, o maior medo de Anita é se apaixonar e seu sonho é ter um filho por meio de uma produção independente. No entanto, a executiva-assistente da Beraldini conhece o médico Roberto e o contador Afonso durante uma viagem a trabalho. Ela fica dividida entre o amor dos dois, mas, mais uma vez, termina ao lado de Afonso. Eles se casam e tem um filho.

Mãe de Pedro e Anita, Gema não pôde viver seu grande amor ao lado de Raul (Val Perré) por conta das ameaças do filho no século XIX. Para evitar uma tragédia, Raul decidiu viver com o filho Chico (João Gabriel D'Aleluia), longe da amada e de Pedro.

Nesta vida, Gema é dona da empresa de enoturismo em Belarrosa. Mãe de Mateus (Cadu Libonati), ela vive um casamento infeliz com Queiroz (José Carlos Machado). Ele é preconceituoso e não quer que a mulher adote Chico, filho da empregada que morreu. Com a chegada do fotógrafo Raul na cidade, Gema fica balançada e termina o casamento. Ela ainda descobre que o marido a roubava na empresa. Gema e Raul ficam juntos.

Gema, Raul e Chico

N outra vida, Massimo (Luís Melo) era o administrador do casarão da Condessa Vitória. Casado com Salomé (Inês Peixoto) e pai de Bianca (Flora Diegues) e Felícia (Mel Maia), ele fazia as vontades delas e as protegia de malandros como Roberto, que tentou se casar com Bianca para dar o golpe do baú.

Massimo e família na primeira fase

No século XXI, Massimo tem horror a casamento. Esse sentimento o afastou da namorada Rosa (Carolina Kasting). Tudo muda quando ele recebe as sobrinhas Bianca e Felícia que passam uma temporada na casa dele. Ele contrata Salomé para ajudar a tomar conta da casa e das sobrinhas. Os dois se apaixonam e se casam.

Salomé, Bianca, Felícia e Rita na segunda fase

Na primeira fase da novela, o anjo Ariel (Michel Melamed) interferiu na vida dos moradores de Campobello para vê-los felizes. Ele foi o responsável pelo primeiro encontro entre Lívia e Felipe e também pelo reencontro entre Emília e Bernardo. No entanto, seu superior, o Mestre (Othon Bastos), explicou que até mesmo o sofrimento faz parte do processo evolutivo de cada um: "Eles precisam usar o livre arbítrio em seu próprio benefício. Cada um tem que ser responsável por seus atos e suas consequências". Por conta de sua conduta inadequada, Ariel perde seus poderes de anjo.

Mais de um século depois, Ariel está decepcionado com a humanidade e experimenta os prazeres de ser quase um "humano", mas suas obrigações angelicais e a vontade de ajudar as pessoas falam mais alto. Com a ajuda do Mestre e de seu amigo Cícero (Saulo Arcoverde), um anjo aprendiz, ele aprende a não interferir no livre-arbítrio dos humanos e volta a ser anjo no fim da trama.

Ariel, Mestre e Cícero

Além do Tempo foi embalada por apenas uma trilha sonora, com temas reaproveitados de diversas outras novelas:
Palavras ao Vento (Cássia Eller), tema de abertura; Pra Você Guardei o Amor (Nando Reis part. Ana Cañas); O Silêncio das Estrelas (Lenine), tema de Gema e Raul; A Lua Que Eu Te Dei (Ivete Sangalo part. Herbert Vianna); Felicidade (Marcelo Jeneci); De Janeiro a Janeiro (Roberta Campos); Você é Linda (Caetano Veloso); Coração Vagabundo (Ana Cañas); Outra Vida (Armandinho); A Idade do Céu (Paulinho Moska); Devolva-me (Adriana Calcanhoto); Eu Amo Você (Tim Maia); Do Amor (Tulipa Ruiz); Tocando em Frente (Almir Sater); Sinônimos (Zé Ramalho), tema de Lívia e Felipe; e outras.




Curiosidades:

- Mais uma novela de Elizabeth Jhin focada na espiritualidade, a exemplo de Eterna Magia (2007), Escrito nas Estrelas (2010) e Amor Eterno Amor (2012).

- Duas novelas em uma foi a proposta de Além do Tempo. A primeira parte (a primeira novela) foi ambientada no século 19, teve 87 capítulos e foi uma história completa, com começo, meio e fim. Um salto de 150 anos marcou o início da segunda parte (com 74 capítulos), com uma nova história, mas com os mesmos personagens do passado (mesmos nomes, inclusive), só que reencarnados na atualidade e em situações diferentes, com outras relações familiares e classes sociais.

- Com a mudança de fase, os personagens tiveram uma segunda chance para corrigir os erros cometidos na primeira vida, para resolver as pendências que ficaram para trás. A ideia foi mostrar que as pessoas podem ser boas ou más também de acordo com o estilo de vida que levam, como o embate entre Emília e Vitória (Ana Beatriz Nogueira e Irene Ravache), uma vítima da outra nas duas vidas. O público poderia assim ficar dividido entre sentir raiva e compaixão, por saber o que cada personagem sofreu em sua vida passada e a mágoa que carregava.

- Além do Tempo encerrou sua primeira parte com saldo positivo, audiência em alta e ótima receptividade do público. A trama de época não trouxe nada de novo além do bom e velho folhetim clássico, com todos os ingredientes indispensáveis para os amantes do gênero: uma história de amor, com mocinhos virtuosos e vilões terríveis, em meio a segredos do passado e muitos obstáculos para a felicidade. Entretanto, uma trama muito bem moldada e conduzida pela ótima carpintaria da autora Elizabeth Jhin.

- Ainda que, para tecer sua trama, a autora referenciasse o Kardecismo, com personagens filosofando doutrinariamente – como os diálogos entre o anjo Ariel (Michel Melamed) e seu Mestre (Othon Bastos) -, Jhin usou todos os recursos do folhetim para cativar a audiência, com histórias envolventes e personagens carismáticos. Discutiu racismo e alienação parental e foi tão sagaz em sua carpintaria, que, mesmo com poucos acontecimentos se desenrolando na maioria dos capítulos (o que poderia caracterizar embromação), estes sempre terminavam com bons ganchos. Desta forma, o espectador tinha a sensação de que algo acontecia – porém, tudo se resolvia rapidamente no início do capítulo seguinte (com exceção, logicamente, das últimas semanas da primeira e segunda fases, que foram ágeis).

- Dessa forma, não houve “barriga” (jargão aplicado àquele período da novela em que nada acontece), já que a autora, na maioria das vezes, brindou o seu público cativo com algum gancho que o levasse a continuar ligado na novela no dia seguinte. Mesmo na segunda fase, quando Além do Tempo deu mostras de perder fôlego. Enquanto a primeira parte da história explicou a trama central e os antecedentes dos personagens principais (Vitória x Emília + triângulo Lívia-Felipe-Melissa), a fase seguinte restringiu-se à vingança de Emília contra sua mãe Vitória, enquanto o triângulo amoroso central (Lívia-Felipe-Melissa) praticamente repetiu a mesma trama da fase anterior – inclusive com quase o mesmo final.

- As qualidades da novela estavam não apenas na trama cativante, mas também na ótima direção (equipe de Rogério Gomes e Pedro Vasconcelos), na produção requintada (nas duas fases, em cenários, figurinos, fotografia, trilha sonora) e no elenco, com destaque às interpretações de Irene Ravache (Vitória), Ana Beatriz Nogueira (Emília), Júlia Lemmertz (Dorotéia), Paolla Oliveira (Melissa), Nívea Maria (Zilda), Luiz Carlos Vasconcelos (Bento), Luís Melo (Mássimo), Inês Peixoto (Salomé), Emílio Dantas (Pedro), Juca de Oliveira (Alberto), Dani Barros (Severa), Louise Cardoso (Gema) e Zé Carlos Machado (Queiroz). Alinne Moraes e Rafael Cardoso também estiveram muito bem como o jovem casal protagonista Lívia e Felipe.

- Uma produção de época, ambientada no fim do século 19, mas que não se restringiu a uma década específica nem esteve atrelada a acontecimentos históricos específicos. Isso acabou causando uma pequena confusão de ordem cronológica, já que a segunda parte foi vendida como ambientada 150 anos após a primeira e alguns dados históricos não batiam com o que foi apresentado (não havia escravos na história, citação à Freud, etc).

- Essa relativa atemporalidade da novela deixou a equipe de figurino mais livre, permitindo um exercício maior da criatividade.
Está sendo maravilhoso porque a gente está tendo a oportunidade de fazer uma época romântica sem ser datada. Você fecha o olho e imagina uma história de amor de época. Não chega a ser lúdico, mas a gente está trabalhando com os arquétipos românticos: o príncipe, a menina pobre que se apaixona pelo príncipe, a menina rica e má, a viúva perversa”, explicou a figurinista Natalia Duran.

- Duran contou ainda que as principais referências para os figurinos vieram de pinturas antigas e filmes. Produções como Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade, baseadas em obras da escritora inglesa Jane Austen (1775-1817), serviram como fonte de inspiração para as roupas da Lívia (Alinne Moraes). Cores claras e tecidos orgânicos como o linho refletiam a simplicidade e a leveza da personagem. Felipe (Rafael Cardoso), amor de Lívia, teve o figurino inspirado nos príncipes europeus, com muitos tons de azul e vermelho. Melissa (Paolla Oliveira), a moça que vinha da cidade grande, noiva de Felipe, usava peças de vanguarda, assim como a Condessa Vitória (Irene Ravache). O guarda-roupa poderoso da personagem foi baseado nas criações do estilista inglês Charles Frederick Worth (1825-1895), considerado o pai da alta-costura.

- A equipe da novela visitou quatro cidades para gravar as cenas iniciais da trama. A primeira viagem foi para Vassouras e Rio das Flores, na região sul fluminense. As lembranças dos tempos áureos do café estavam preservadas nas duas cidades, conhecidas pelas construções coloniais que abrigaram os maiores fazendeiros do Brasil no século 19.

- A equipe ainda se deslocou para o sul do Brasil, para as cidades de São José dos Ausentes e Garibaldi (RS). Desenhada pelos Campos de Cima da Serra e cânions dos Aparados da Serra, São José dos Ausentes é conhecida por seu inverno rigoroso para os padrões brasileiros. Nesta região foi gravada boa parte do cotidiano dos moradores de Campobello, a cidade fictícia da história. Em Garibaldi, cidade próxima a Bento Gonçalves, conhecida como a capital nacional do vinho, foi gravada a sequência da festa da colheita, uma das mais importantes do início da novela, além de outras cenas.

- Para o casarão da Condessa Vitória (Irene Ravache), as referências vieram principalmente das fazendas da época áurea do café. Azulejos portugueses, portas azuis e paredes brancas foram complementados por móveis, objetos e tecidos clássicos. Vinte e um ambientes, entre eles quatro salas e seis quartos, foram criados em estúdio. Na cozinha, um espaço de 170 metros quadrados que incluía copa, despensa e lavanderia, a cenografia utilizou materiais como cerâmicas, pedras e fornos verdadeiros. As externas foram gravadas em uma fazenda em Vassouras. O jardim do casarão recebeu cerca de mil rosas vermelhas artificiais, que remetiam aos belos jardins franceses. Outra fazenda no município vizinho de Rio das Flores serviu de locação para as cenas do convento.

- Originalmente concebida para 70 capítulos, a primeira parte foi espichada para 87. Os últimos capítulos desta fase chegaram a ser reeditados por conta de um atraso nas gravações, ocorridos por causa de uma crise renal sofrida pela atriz Alinne Moraes.

- Além de Alinne, outras duas atrizes tiveram que se ausentar para resolver problemas de saúde, ao mesmo tempo, já no final da novela, entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016. Nívea Maria ficou fora tratando uma faringite e voltou à trama depois de restabelecida. E Flora Diegues teve que operar a cabeça às pressas por conta de um aneurisma. O afastamento de sua personagem foi explicado com uma viagem. No início de janeiro, Diegues recebeu alta médica, mas não conseguiu retornar para as gravações finais.

- A trilha sonora de Além do Tempo foi composta por músicas que fizeram parte, em sua maioria, de outras novelas como: Da Cor do Pecado (Palavras ao Vento); Cama de Gato (Pra Você Guardei o Amor); Amor Eterno Amor (O Silêncio das Estrelas); Porto dos Milagres (A Lua Que Eu Te Dei); Sangue Bom (De Janeiro a Janeiro); Malhação - 2006 (A Idade do Céu); Laços de Família (Devolva-me); Negócio da China (Eu Amo Você); Pantanal (Tocando em Frente); A Favorita e Escrava Isaura (Sinônimos); América (Nervos de Aço) e Belíssima, Fera Ferida e Eu Prometo (Você é Linda).

- Título provisório: Encontro Marcado










*Com informações dos sites Memória Globo e Teledramaturgia

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