Há 8 Anos Terminava ESCRITO NAS ESTRELAS #71



Escrita por Elizabeth Jhin com colaboração de Eliane Garcia, Lílian Garcia, Denise Bandeira e Duba Elia, sob a direção de Rogério Gomes, Pedro Vasconcelos, André Felipe Binder, Fábio Strazzer e Roberta Richard, Escrito nas Estrelas foi uma telenovela das 18 horas, exibida em substituição à Cama de Gato, a partir de 12 de Abril de 2010, com 143 capítulos, encerrando-se em 24 de Setembro do mesmo ano, substituída por Araguaia. Hoje, a trama com temática espírita de Elizabeth Jhin, completa oito anos de seu último capítulo.

A autora: Elizabeth Jhin

A história traz um homem em busca da mulher ideal para gerar uma criança a partir do sêmen congelado de seu filho morto, além das implicações disso na esfera espiritual. Pai, filho e a jovem escolhida para se submeter à inseminação artificial têm uma forte ligação, relacionada a vidas passadas. A novela é ambientada no Rio de Janeiro.


O conceituado médico Ricardo Aguillar (Humberto Martins), viúvo há dez anos, é dono de uma clínica de fertilização e tem adoração pelo filho único, o estudante de Medicina Daniel (Jayme Matarazzo), a quem tenta superproteger. Pai e filho têm visões diferentes sobre a profissão. Ricardo é solicitado por pacientes no mundo inteiro, devido aos ousados métodos aplicados em sua clínica para resolver casos de infertilidade. Daniel, um idealista, faz estágio no posto médico de uma comunidade pobre de Botafogo, na zona sul da cidade. Quando uma enchente deixa uma série de desabrigados e destrói o posto médico, Daniel apoia que as vítimas sejam atendidas na clínica de seu pai e acaba conhecendo Viviane (Nathalia Dill), uma das moradoras da comunidade, que briga para que os feridos sejam atendidos. O rapaz fica admirado com a determinação e a generosidade da moça.

Viviane, Daniel e Seth

Os médicos Jane (Gisele Fróes) e Guilherme (Marcelo Faria) socorrem as pessoas, para desaprovação de Ricardo, que logo questiona Daniel sobre o seu envolvimento no episódio. O jovem se revolta contra o pai, lembrando a ele do juramento que todo médico deve cumprir: dar assistência a quem precisar. Em meio a uma tensa discussão, Daniel decide levar os desabrigados para a casa de Petrópolis, na região serrana do Rio, herdada de sua mãe, Francisca (Cássia Kis Magro). Foi lá, inclusive, que ela morreu, há dez anos. Francisca guardava um segredo, e sua morte em um acidente dentro da casa deixou Ricardo com um grande sentimento de culpa. Pouco antes, eles haviam discutido.

Ricardo e Daniel

Viviane, que já havia voltado para casa, tem uma nova decepção com o pai, Jofre (Murilo Grossi), um viciado em jogos. A irresponsabilidade dele, inclusive, já forçara os dois a se mudarem de Vitória, no Espírito Santo, para uma favela no Rio de Janeiro. Junto com um comparsa, Jofre retira de um esconderijo as joias que roubou de uma loja e, na fuga, deixa cair um anel, que acaba incriminando a filha, no instante em que a polícia invade seu barraco. Viviane é levada presa, mas se desvencilha dos policiais e, coincidentemente, entra no carro de Daniel, parado em um posto de gasolina – o rapaz estava a caminho de Petrópolis. Os dois se reconhecem e sentem uma afinidade imediata. Ela conta sobre a confusão provocada pelo pai, e ele promete ajudá-la. A cumplicidade é tamanha que Daniel lhe dá uma corrente com um anjo da guarda, que sempre leva com ele. Na estrada, no entanto, os dois sofrem um acidente, e Daniel morre. No plano espiritual, é carinhosamente recebido pelo espírito de sua mãe, Francisca; por seu anjo da guarda Seth (Alexandre Rodrigues); e por um espírito de luz, Athael (Carlos Vereza). Viviane sobrevive e é levada para um hospital, tendo seu tratamento custeado por Ricardo. Algum tempo depois, o médico toma conhecimento de que, em função de uma pesquisa da faculdade, Daniel deixou seu sêmen congelado em perfeitas condições. Com novo ânimo, ele decide retomar sua vida, com o propósito de encontrar a mulher ideal para gerar seu neto, através de inseminação artificial.

Francisca e Daniel

No hospital, Viviane conhece o ambicioso Gilmar (Alexandre Nero), secretário e assistente pessoal de Ricardo. A jovem parece intuir o caráter de Gilmar e, sem confiar nele e temendo ser presa, ela inventa que se chama Vitória. Mas ele logo descobre a verdade e, incumbido de cuidar da sua recuperação, planeja usá-la para dar um golpe no patrão e enriquecer. Seu plano é fazer com que Ricardo escolha Viviane para gerar o filho de Daniel. Para isso, ele chantageia a moça, foragida da polícia, que não vê alternativa a não ser participar da tramoia. Viviane vai morar no quartinho de empregada do apartamento onde vivem a irmã, a prima e a amante secreta de Gilmar, respectivamente Luciana (Manuela do Monte), Mariana (Carol Castro) e Suely (Giovanna Ewbank), que é recepcionista da clínica de reprodução assistida. Gilmar faz Viviane mudar o visual, com a ajuda da personal beauty Leninha (Maria Clara Mattos); instrui a jovem sobre como se portar diante de Ricardo; e a intimida toda vez que ela o enfrenta. Seu objetivo é fazer com que Ricardo a contrate para trabalhar na mansão da família, para aproximá-la do médico. Para todos os efeitos, ela passa a se chamar Vitória.

Gilmar e Viviane

O jeito franco de Viviane/Vitória, porém, mexe com Ricardo. Ela lhe revela que não tinha nenhum relacionamento com Daniel e quase conta toda a verdade ao médico. Mas recua, achando que ele não vai acreditar em sua história.

Ricardo, Viviane e Vicente

Impressionado com a jovem, que lhe traz a sensação de já se conhecerem há muito tempo, Ricardo a contrata para ajudar nos serviços domésticos da casa. É o início de uma grande paixão, embora os dois, nesse momento, ainda não percebam. Paralelamente, ao longo de toda a novela, Daniel, que carrega para o Além a afeição que sentiu por Viviane, mantém sua promessa de protegê-la. Ele está sempre por perto e, muitas vezes, faz Viviane sentir sua presença, embora o anjo Seth tente convencê-lo de que ele precisa se afastar de seus apegos terrenos.

Gilmar tem concorrentes em seu plano de abocanhar a fortuna de Ricardo. Beatriz (Débora Falabella) e Sofia (Zezé Polessa), mãe e filha, unem-se para convencer Ricardo de que Beatriz, com quem Daniel se relacionou, é a mulher ideal para gerar seu neto. A fútil e preguiçosa Beatriz é enteada de Vicente (Antonio Calloni), médico muito ético, criado como irmão de Francisca e melhor amigo de Ricardo. A jovem cresceu próxima a Daniel, que não resistia à sua beleza, embora soubesse que ela nunca seria a mulher de sua vida. Convidado por Ricardo, Vicente se muda de São Paulo para o Rio de Janeiro para trabalhar na clínica do amigo, ao lado de Jane e Guilherme, e a família se instala na mansão do médico. Vicente é um amigo fiel de Ricardo, e um homem sensível, que, ao longo da história, passa a ver espíritos, revelando-se médium. Quem também tem esse dom é Antonia (Suzana Faini), a governanta de Ricardo, capaz de ver o espírito de Daniel.

Vicente

Antônia

Vicente é contra a realização de uma inseminação pós-morte, mas Sofia e Beatriz armam mil planos para alcançar seu intento, chegando até a se enrolarem em suas tramoias. A dupla de vilãs, por conta disso, tinha um viés cômico. A mãe de Beatriz chega a pegar escondido o anel de noivado que havia sido de Francisca e orienta a filha a dizer que foi Daniel quem lhe deu a joia de presente, levando Ricardo a cogitar a possibilidade de escolhê-la para ser a mãe de seu neto. No decorrer da trama, Sofia e Beatriz roubam todas as joias da falecida, e Sofia providencia para que sejam feitas cópias a partir das originais. A certa altura, Beatriz cai no charme de Gilmar e passa a se encontrar com ele às escondidas.

Sofia e Beatriz

Enquanto isso, Daniel, ainda muito preso a sua vida terrena, assiste a tudo sem poder interferir nos acontecimentos. Após tentar, em vão, comunicar-se várias vezes com seu pai, ele consegue estabelecer contato com Madame Gilda (Jandira Martini), uma mulher meio charlatã, mas intuitiva, que lê cartas para ganhar a vida. Madame Gilda fica atônita quando começa a ouvir Daniel. Ela já conhecia Viviane, mas, desde o incidente com a polícia, contudo, as duas perderam contato.
Madame Gilda consegue escrever um recado de Daniel para o pai, mas o bilhete é interceptado por Beatriz. Desacreditada por todos, Gilda acaba recebendo um voto de confiança de Vicente. Daniel tenta ajudar Viviane de todas as formas, inclusive por meio de seu cachorro de estimação, Pepe, capaz de ver o ex-dono.

Gilda
Daniel e Pepe

Após muitas armações em conluio com a mãe, Beatriz é escolhida por Ricardo para gerar o filho de Daniel. Mas sua alegria dura pouco. Ela e Sofia recebem uma ameaça anônima dizendo que existe um DVD com imagens que mostram as duas roubando as joias de Francisca e que, se Beatriz não desistir de fazer a inseminação, mãe e filha serão denunciadas. Para que isso não aconteça, Beatriz abandona a ideia de gerar o neto de Ricardo. Ambas nem desconfiam que é Gilmar quem está por trás de toda a armação. O vilão, esperto, finge ajudá-las o tempo todo, enquanto articula para que seu próprio plano dê certo. No decorrer da história, além do envolvimento com Suely, ele também se relaciona com Leninha.

Leninha, Gilmar e Viviane

Gilmar e Suely

Gilmar e Fernanda

Gilmar e Beatriz

Após a desistência de Beatriz, Ricardo convida Mariana para ser a mãe do seu neto. Depois, porém, acaba se decidindo por Viviane/Vitória, escolha que causa uma grande transformação no cotidiano da moça, que se vê obrigada a adotar um novo estilo de vida. Para estimular a mudança de Vitória/Viviane, Ricardo incentiva a jovem a estudar e lhe dá para ler a obra do poeta Pedro Cassiano, antepassado do médico, um dos escritores preferidos de Daniel. Antes do acidente de carro que o vitimou, o jovem já havia recomendado ao pai que lesse o livro de Cassiano, pois ali estariam muitos ensinamentos importantes para a vida.

Mariana

Pesquisando sobre a vida do poeta Pedro Cassiano, seu antepassado, Ricardo se depara com um retrato a óleo da mulher do poeta, Valentina, e surpreende-se com a semelhança dela com Vitória/Viviane. Ele ainda descobre que Pedro Cassiano morreu lutando, atingido por uma espada, e fica instigado a buscar respostas para tantas coincidências: em um sonho recorrente, ele, Ricardo, morre atingido por uma espada durante uma luta com um homem mascarado. Na verdade, ele e Viviane são reencarnações desses personagens do século XVIII, habitantes de Toledo, na Espanha. Vicente, Francisca e Daniel também viveram na mesma época. Vicente era casado com Francisca. Ele se chamava Etéban e era pai de Daniel, que naquela vida se chamou Damián. O rapaz matou Pedro Cassiano e morreu em um duelo com a viúva Valentina, que o enfrentou para vingar a morte do marido. Essas descobertas vêm à tona durante uma sessão de regressão a vidas passadas que Vicente faz com a psicóloga Virgínia (Bel Kutner). Todos esses personagens estão ligados por essa vida passada.

Viviane, cada vez mais afeiçoada a Ricardo, não quer ser cúmplice de Gilmar, mas o vilão sequestra seu pai e ainda o convence a colaborar com ele, para o bem de sua filha. Jofre fica impressionado ao ver Viviane tão bem cuidada e desconfia de que Gilmar pode estar com a razão ao dizer que o plano só trará benefícios para todos.

Hesitante em assumir sua paixão por Viviane, Ricardo pensa em se casar com Jane, médica de sua clínica, apaixonada por ele, e com quem sempre viveu uma relação complicada, não querendo firmar nenhum compromisso. Separada, Jane é mãe de Breno (Paulo Vilela) e Vanessa (Marina Ruy Barbosa). Ela se desdobra para sustentar e educar os filhos sem ajuda financeira do ex-marido, o mau-caráter Jardel (Celso Frateschi), que mora no exterior. A médica ainda tem de lidar com as crises de adolescência da filha, que sofre com a separação dos pais e se considera pouco amada pela mãe.
O amor de Ricardo e Vitória/Viviane, porém, fala mais alto, e os dois assumem a paixão. A essa altura, Ricardo já revelara à jovem que Daniel não era seu filho biológico. A confissão foi feita a ele por Francisca, pouco antes de ela morrer, após cair acidentalmente da escada da mansão de Petrópolis. Em nome do amor que sentia pelo filho, e também para preservar a imagem que o menino tinha da mãe, Ricardo guardou sua mágoa sozinho durante todos esses anos. Sua insistência em gerar um bebê a partir do material genético de Daniel foi a forma que encontrou de resgatar alguns traços do filho de que ele tanto sente falta. Próximo do final da novela, Ricardo descobre que Vicente é o verdadeiro pai de Daniel, ao encontrar todas as cartas que sua ex-mulher escreveu para o melhor amigo, nas quais declara seu amor. Ricardo fica revoltado com Vicente e rompe relações com ele, voltando a fazer as pazes com o amigo no final da novela.

Ricardo e Jane

Daniel, que o tempo todo agiu para que Ricardo escolhesse Viviane para gerar seu filho, revolta-se ao constatar a paixão do pai por sua amada e quer impedir os dois de ficarem juntos. Ele chega a interferir na vida real para prejudicar o pai. Athael, Francisca e Seth rezam para o jovem não persistir em seus erros e alcançar a evolução.



Viviane é inseminada e, próximo do fim da trama, preocupada por não ter notícias do pai, ela conta toda a verdade para Ricardo, que não a perdoa e passa a tratá-la com frieza. Gilmar vai preso, mas algum tempo depois foge da prisão.

No último capítulo, o vilão faz Viviane de refém e atrai Ricardo para a armadilha. Os dois brigam, e Viviane é atingida por um tiro, entrando em trabalho de parto.

Ricardo e Daniel disputam intensamente Viviane. Enquanto o jovem, do outro lado da vida, tenta levá-la embora, Ricardo, na Terra, implora para que ela resista.

Obcecado por Viviane, Daniel é salvo pelas orações de seus espíritos protetores e por seu anjo da guarda, Seth. Ele também cede aos apelos da amada, que diz que ama Ricardo e precisa voltar para ficar ao lado dele e cuidar de seu filho. O jovem atormentado abre mão de seu desejo e libera Viviane, que retorna a seu corpo e dá à luz um menino. Com sua atitude, Daniel fica em paz. Jofre, que havia levado um tiro de Gilmar, recebe a visita da filha e do neto no hospital, e morre após pedir perdão por todos os seus atos.

Viviane e Ricardo



O tempo passa, e Gilmar aparece em uma praia paradisíaca, rodeado de mulheres. Em seguida, ele entra no mar em uma boia, dorme e é atacado por um tubarão. Viviane e Ricardo se casam e, tempos depois, ela conta ao marido que está grávida novamente. Seth revela ao público que Daniel reencarnará nessa criança.

Beatriz e Sofia chegam ao último capítulo participando de um churrasco com pagode na casa do verdadeiro pai da jovem, Durvalino (Agildo Ribeiro), um antigo namorado de Sofia, do tempo em que ela era pobre. Durvalino enriqueceu, mas não perdeu a cafonice. Para não se afastarem da vida luxuosa, mãe e filha se submetem ao novo ambiente.

Escrito nas Estrelas também divertiu e emocionou com suas tramas paralelas.

Jovenil (José Rubens Chachá), pai de Gilmar (Alexandre Nero), age como síndico da vila onde mora com a família, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, controlando todos os moradores para evitar desperdício de água e assegurar a separação do lixo para reciclagem. Jovenil vive em pé de guerra com o genro Jair (André Gonçalves), o preguiçoso marido de sua filha Fabiana (Ana Paula Bouzas), que está sempre desempregado e fazendo bicos para sustentar a família, formada ainda pelos filhos Huguinho (Iago Machado), Zezinho (João Vitor Granja) e Luizinho (João Fernandes). Apesar de ser um marido amoroso, Jair é um malandro, que mora com a família na casa dos sogros e inventa que vai procurar trabalho para dar uma escapulida até a praia e paquerar as banhistas. Fabiana é louca pelo marido. No fim da novela, após muitas armações e brigas, Jair fica rico ao receber uma indenização.

Jair, Fabiana e os filhos Huguinho, Zezinho e Luizinho

A dona de casa Danusa (Cristina Amadeo) e o taxista Calixto (Cláudio Galvan) são os pais dos jovens Mauro (Bruno Pereira) e Mônica (Isabela Meirelles). A menina faz cursinho para passar no vestibular e sonha tornar-se estilista, aprendendo alguns truques com a costureira Mundinha (Rosane Gofman). Bruno, por sua vez, dança balé, para desgosto do pai. Embora não se considere preconceituoso, Calixto não aprova a escolha do filho e o namoro da filha com o negro Alex (Izak Dahora). Durante a trama, Mauro começa a namorar a rebelde Vanessa (Marina Ruy Barbosa), filha da médica Jane (Gisele Fróes).

Mauro e Vanessa

Vanessa e Jane

Após um assalto, Calixto passou a fazer somente corridas programadas e aluga seu táxi para Dalva (Pia Manfroni), mulher batalhadora que cria sozinha a filha Clara (Anna Rita Cerqueira). Dalva é cobiçada por Mateus (Gilberto Torres), dono do armazém local, mas não lhe dá bola. No fim da trama, porém, os dois terminam juntos, com a aprovação da menina Clara, que, a essa altura, já descobriu a identidade de seu pai: o inescrupuloso Jardel (Celso Frateschi). Clara fica muito feliz ao saber que é irmã de Vanessa, e vice-versa. Vanessa, por sua vez, que vivia brigando com a mãe, Jane, para defender o pai, finalmente cai em si quanto ao verdadeiro caráter de Jardel.


Dalva

Seu Filhinho (Ary França) e Dona Ethelvina (Thelma Reston), mãe e filho, moram no quarto dos fundos do prédio onde ele trabalha como porteiro. Ele é boa gente e distraído. Ela é surda e passa o tempo espiando a vida alheia.

Seu Filhinho

Chefe do laboratório da clínica de Ricardo (Humberto Martins), Guilherme (Marcelo Faria) também trabalha no posto médico da comunidade e é casado com Judite (Carolina Kasting), com quem tem os filhos Laura (Luisa Gonzalez) e Tadeu (Matheus Costa), de 7 e 11 anos de idade, respectivamente. Guilherme e Judite vivem um casamento desgastado, mas ela se recusa a lhe dar o divórcio, interferindo negativamente na educação dos filhos e no relacionamento do médico com Mariana, estagiária de Psicologia na clínica. Ao longo da trama, Judite faz o que pode para manipular Guilherme, inclusive usando os filhos para isso. Entre as armações de Judite, ela engravida novamente e tem um aborto espontâneo, mas esconde o fato de Guilherme. No final, o médico consegue, finalmente, casar-se com Mariana, que se forma em Psicologia.

Guilherme e Judite

Escrito nas Estrelas contou com o lançamento apenas de sua trilha nacional, embora uma trilha internacional tenha sido executada na novela.



Em seu repertório musical estavam presentes: Quando a Chuva Passar (Paula Fernandes), tema de abertura; Eternamente (Gal Costa), tema de Ricardo e Jane; Pai (Fábio Jr.), tema de Ricardo e Daniel; Ela Briga Comigo (Moinho), tema de Gilmar e Suely; Mamãe Passou Açúcar em Mim (Mart'nália), tema de Jair; Deixa Eu Te Amar (Diogo Nogueira); tema de Dalva e Mateus; Para de Paradinha (Arlindo Cruz); tema de Jair; Nossa História (Lorena Chaves), tema de Mariana e Guilherme; Erva Venenosa (Poison Ivy) (Rita Lee), tema de Sofia e Beatriz; Coração de Papel (Zé Renato), tema de Vanessa e Mauro; Quem Tome Conta de Mim (Paula Toller), tema de Viviane e Ricardo; Gente Humilde (Luíza Possi), tema geral; e outros.


Curiosidades:

- Escrito nas Estrelas foi a segunda novela assinada por Elizabeth Jhin como única autora titular. Após uma trajetória de 15 anos como colaboradora de grandes autores, ela foi coautora de Começar de Novo, em 2004, ao lado de Antônio Calmon, e escreveu sua primeira novela em 2007: Eterna Magia, sob a supervisão de Sílvio de Abreu. Elizabeth Jhin foi aluna da primeira oficina de roteiros da TV Globo.

- Com poucos tropeços e um saldo positivo, a trama espírita de Escrito nas Estrelas emocionou o público do horário e manteve uma audiência cativa e satisfatória para a emissora. A novela questionou os limites entre o plano físico e o espiritual, e apresentou os avanços da ciência genética em seus aspectos médicos e éticos, através de uma história de amor.

- Com Escrito nas Estrelas, o diretor Rogério Gomes assinou pela primeira vez a direção de núcleo de uma novela.

Escrito nas Estrelas veio a calhar em um ano em que o cinema nacional levou ao público a biografia de Chico Xavier e o romance espírita Nosso Lar – os maiores orçamentos e bilheterias da época. Nesta onda espiritualista, a Globo ainda apresentou o seriado A Cura, de João Emanuel Carneiro, em que o tema também foi explorado.

Matheus Costa, intérprete de Tadeu – menino que vê espíritos e tem premonições na trama –, viveu no cinema o protagonista do filme Chico Xavier quando criança. O filme, lançado em 2010, foi exibido na TV Globo no final do mesmo ano, em formato de minissérie.

- A autora, Elizabeth Jhin, comentou sobre a ideia da sua novela:
“A história surgiu a partir da leitura de um artigo sobre reprodução humana e os aspectos éticos ligados à ciência genética. Pensei em como seria uma mulher gerar um filho com o sêmen de um homem já falecido e comecei a me perguntar sobre as implicações de um ato desses na esfera espiritual”.

- No tocante à espiritualidade, Elizabeth Jhin, recebeu assessoria de Luiz Queiroz e Wagner Assis. Em entrevista, ela contou como foi abordada a espiritualidade em Escrito nas Estrelas:
“Quis trazer para a trama inquietações transcendentais pelas quais todos passamos. Acredito que o tema da espiritualidade é um bom pano de fundo para uma obra de ficção, para uma bela história de amor. (…) Minha intenção é enfocar a espiritualidade no seu sentido amplo, aquela busca pelo sagrado que existe dentro do homem desde que ele se pôs de pé e conseguiu olhar para o alto. Quero mostrar uma espiritualidade ligada à alegria e ao amor que deveria existir entre as pessoas.”

O maior trunfo da autora foi contar uma boa história sem a pretensão de ser didática. O Espiritismo apareceu apenas como pano de fundo, gerando assim várias possibilidades dramatúrgicas. Mesclando drama e humor, o que se viu foi uma novela movimentada numa produção bem cuidada, com direção segura (de Rogério Gomes) e elenco de primeira.

De acordo com a autora, a trajetória da personagem Viviane (Nathália Dill), uma mocinha pobre mas guerreira, remeteu a uma espécie de “Cinderela do século 21”. Elizabeth Jhin comentou de onde tirou essa ideia:
“Fui imaginando um homem que deseja um herdeiro mas seu único filho está morto. Mas, graças à tecnologia atual, existe o sêmen congelado deste filho, o que abre uma nova perspectiva para esse pai. Mas como escolher a mãe ideal para essa criança tão especial? Aí, claro, me veio à cabeça a história da Cinderela, do pai que manda chamar todas as moças do reino para escolher uma para o príncipe. Como estamos no século 21, quis fazer uma heroína guerreira como são as mulheres de hoje.”

- A novidade apresentada em Escrito nas Estrelas foi geração de um filho de um homem morto. Mas a Globo trabalhou o tema de uma forma que o público não só compreendesse o questionamento como também se interessasse por ele. Foi só a novela estrear para que pautas com explicações e exemplos de casos parecidos ganhassem espaço em jornalísticos, como o Fantástico. Ampliou o conhecimento e colocou em evidência o problema, fazendo crescer a curiosidade de quem assiste sobre uma situação que não está prevista na legislação nacional.

- A escolha de Nathalia Dill como protagonista, feita pela própria autora, foi um acerto. Em seu terceiro trabalho, a atriz novata convenceu na pele da mocinha batalhadora Viviane/Vitória e foi o grande destaque do elenco. Sua performance em nada lembrou sua protagonista anterior – Santinha da novela rural Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa. Nathália seguiu segura com sua personagem mostrando talento ao criar um tipo cativante, sem ser piegas, como talvez poderia acontecer com uma atriz menos preparada.

- Humberto Martins mostrou um Ricardo longe dos super-heróis descamisados no que o ator acabou se especializando. Alexandre Nero esteve ótimo na pele do vilão sacana Gilmar, um tipo irritadinho e impaciente, cômico às vezes, mas ao mesmo tempo um canalha com as mulheres que colecionou ao longo da história, e cruel como o algoz de Viviane/Vitória.

- O grande destaque do humor ficou por conta das vilãs risíveis Sofia, de Zezé Polessa, e sua cria Beatriz, de Débora Falabella. A química entre a dupla fez a diferença, e o tratamento dados às suas personagens, com rompantes de maquiavelismo caricato, atingiu aquele tom que levava às gargalhadas. As atrizes exploraram todos os exageros das personagens, que quase sempre conseguiam beirar ao ridículo sem causar qualquer sensação de constrangimento para quem assistisse. Tons bem acima, mas na medida certa para o contexto.

- Beatriz foi a primeira vilã e a primeira personagem com viés cômico de Débora Falabella, conhecida pelo público da TV pelos papéis de heroína romântica.

- Gilmar foi o terceiro papel de Alexandre Nero em novelas. Ele já havia interpretado o verdureiro Vanderlei em A Favorita (2008) e o peão Terêncio em Paraíso (2009). Como já acontecera nos trabalhos anteriores, o ator foi muito elogiado por sua atuação, que mesclava momentos de pura maldade, candura dissimulada e humor.

- Marina Ruy Barbosa e Bruno Pereira, intérpretes de Vanessa e Mauro, tiveram aulas de balé para compor seus personagens. Cristina Amadeo, que viveu a professora de música Danusa, aprendeu noções de violino. Maria Clara Mattos recebeu dicas de uma esteticista para interpretar a personal beauty Leninha.

- Carol Castro e Marcelo Faria voltaram a fazer par romântico na ficção após dois anos em cartaz com a peça Dona Flor e Seus Dois Maridos, na qual interpretavam Flor e Vadinho.

- Para as gravações do plano espiritual, foi pensado inicialmente em locais com uma bela natureza, mas optou-se por um universo mais lúdico e mágico, com painéis pintados, inspirado no que o diretor Luiz Fernando Carvalho fez na minissérie Hoje É Dia de Maria (2005). As cenas do plano espiritual foram gravadas em 24 quadros por segundo, em vez dos tradicionais 30. Isso provocou na imagem uma textura um pouco diferente. Também foi trabalhada com uma luz mais recortada, que se aproximava de uma estética cinematográfica. Também foram usados recursos diferentes nos voos dos personagens, associando os efeitos tradicionais de levitação do ator a movimentos executados dentro da água, o que ameniza o efeito da gravidade, deixando-os mais suaves.

- Uma das primeiras locações da novela foi a comunidade do morro Santa Marta, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Era lá que viviam Viviane e seu pai, Jofre (Murilo Grossi).

- Uma triste coincidência marcou a estreia da novela. Uma semana antes de começar a exibição de Escrito nas Estrelas, o Estado do Rio de Janeiro foi assolado com uma enchente que provocou mais de 200 mortes. Enquanto as cidades ainda se recuperavam da tragédia, os primeiros capítulos da trama exibiram exatamente o que se viu: cenas de uma enchente num morro do Rio de Janeiro onde morava a personagem Viviane. Quem assistiu, imaginou que a produção havia aproveitado as cenas reais para a trama. Mas essas sequências já haviam sido gravadas há dois meses. Coincidentemente, a ficção se misturou à realidade.

- A figurinista Natalia Duran comentou sobre a caracterização da vilã Beatriz (Débora Falabella):
“Nós nos inspiramos em modelos que estão em alta, (…) com atitude bem rock and roll e irreverência”. Beatriz usava muito as roupas de cintura alta e marcada, além de correntes e elementos metálicos, como fivelas, tachas e zíperes. Para completar, calças leggings em tecido vinil ou cirrê.
O look também contou com um corte de cabelo moderno, picotado na altura do ombro, e com um tom loiro ruivo.
“A bolsa de maquiagem da Beatriz é uma caixa de brinquedo, com direito a sombras prateadas ou com brilho. Sua marca registrada é o olho preto esfumaçado. (…) No dia a dia, ela usa um gloss cor de boca, mas também tem batons bem legais”, contou a supervisora de caracterização, Valeria Toth.

- No extremo oposto, estava a heroína Viviane. Apesar de bela, a jovem era pouco vaidosa, em função das circunstâncias da sua vida. O cabelo da atriz Nathália Dill foi escurecido e as pontas foram picotadas para dar mais volume e render um jeito mais amassado e despenteado. A personagem quase não usava maquiagem. A roupa das cenas iniciais também eram bem simples: camiseta e calça jeans larga, um tanto envelhecidas pelo uso.

- Outra curiosidade na caracterização dos personagens foi a quantidade de perucas e apliques que a equipe usou. Os novos fios estiveram em Walderez de Barros, Suzana Faini, Marina Ruy Barbosa e Alexandre Rodrigues, além de Débora Falabella que apareceu eventualmente com um rabo de cavalo.
“Gosto de trabalhar dividindo ideias com os atores. Dessa vez foi engraçado porque tanto a Walderez quanto a Suzana trouxeram a sugestão de usar peruca. No início fomos um pouco resistentes, mas depois incorporamos mesmo, porque ficou ótimo”, contou Valeria Toth.

- Elizabeth Jhin voltou aos temas espiritualistas em suas novelas seguintes: Amor Eterno Amor (2012), Além do Tempo (2015) e Espelho da Vida (2018).

- Título provisório: Entre Dois Amores






*com informações dos sites Memória Globo e Teledramaturgia

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