Há 23 Anos Estreava TOCAIA GRANDE, na Manchete #73



Tocaia Grande foi uma novela da Manchete escrita por Mário Teixeira, Duca Rachid e Marcos Lazarini, baseada em obra de Jorge Amado, com supervisão de texto de Wálter George Durst, e dirigida por Wálter Avancini, Régis Cardoso, João Camargo, J. Alcântara e Jacques Lagoa. A trama estreou em 16 de Outubro de 1995 e teve 236 capítulos. Hoje completa 23 anos de estreia.

Os autores: Mário Teixeira, Duca Rachid e Marcos Lazarini

Tocaia Grande é a história de uma cidade no sul da Bahia numa época em que as plantações de cacau eram adubadas com sangue. A disputa pela terra e pelo domínio político entre os coronéis Boaventura Amaral (Carlos Alberto) e Elias Daltro (Leonardo Villar).



Tudo começa quando Natário da Fonseca (Roberto Bonfim) quer deixar de ser um simples jagunço para virar coronel. Natário se destaca comandando o "grupo" de Boaventura. Com esse destaque, ele ganha a patente de capitão e, com isso, algumas terras. Natário começa a plantar cacau e incentiva a fundação de uma nova cidade cujo o nome será Tocaia Grande, palco de conflitos com os coronéis de Itabuna que querem continuar dominando a região e não admitem a ascensão de Natário.

Natário da Fonseca e Júlia Saruê

No meio da disputa, surge a prostituta Júlia Saruê (Tânia Alves), que é perseguida pelos coronéis. Júlia tem quatro filhos, que abandonou quando estes eram pequenos. Entre eles, Sacramento (Gabriela Alves), Ressú (Giovanna Antonelli) e Bernarda (Taís Araújo). Ressú fora criada com o padre Mariano (Antônio Petrin), em Itabuna. Apaixonada pelo cego Coronel Felipe Sampaio (Victor Wagner), a moça vive com ele o romance central da história. Bernarda é apaixonada por Natário, que, juntamente com sua esposa Zilda (Ângela Leal), foi quem a criou. Com a morte de sua esposa, Natário fica livre e cai nos braços de Bernarda. E Sacramento é a alegria do Coronel Boaventura, que ao morrer pede a Natário que se encarregue da moça encaminhando-a da melhor forma possível.

Bernarda



Mas a morte do Coronel Boaventura traz a Tocaia Grande o seu filho, Venturinha (Dalton Vigh), que é obrigado a largar de sua boa vida na Europa, regressar para casa, e assumir as finanças e a política deixadas pelo pai. Ao saber que o Capitão Natário não irá mais lhe assessorar, pois o seu compromisso era com o pai e com a morte dele cessou suas obrigações, Venturinha se revolta e vai à cata de vingança.



Outro que busca vingança é o Coronel Felipe Sampaio. Cego devido a um incêndio provocado por Júlia Saruê em sua propriedade, ele jura que a fará pagar pelo seu infortúnio, nem que pra isso precise se vingar em um de seus quatro filhos. O que ele não imagina é que Ressú, a que mulher ama, é uma das filhas de sua grande inimiga.

Ressú e o Coronel Felipe Sampaio


Curiosidades:

- Adolpho Bloch, dono da Rede Manchete, contratou o experiente diretor Régis Cardoso para cuidar da reimplantação do núcleo de teledramaturgia da emissora, que não produzia desde o fracasso de Amazônia (1991-1992). A história escolhida para estrear o novo ciclo foi Tocaia Grande, baseada no romance de Jorge Amado.

- Entre o estrondoso sucesso de Pantanal e o fracasso de Amazônia, a Rede Manchete partia para o tudo ou nada com Tocaia Grande apostando todas as suas fichas na recuperação da teledramaturgia da emissora. Para isso, investiu alto em uma grande produção.

- Bloch apostou na novela e desembolsou cerca de 8 milhões de reais iniciais na confecção de figurinos, cenários, construção de uma cidade cenográfica e novos profissionais. Esta seria a grande esperança do empresário da Manchete para voltar a produzir grandes novelas e alavancar a audiência da emissora. Bloch acabou falecendo um mês depois da estreia de Tocaia Grande (em 19/11/1995).

- Em 1990, a TV Globo compraria os direitos de Tocaia Grande juntamente com Teresa Batista, porém Jorge Amado impôs uma condição: só venderia as obras se fossem transformadas em novelas e não em minisséries como a emissora pretendia. O valor das obras (200.000,00 cada) e a imposição do escritor fez com que a Globo desistisse de Tocaia Grande, adquirindo apenas a segunda e adaptando-a para minissérie em 1992.

- A novela não obteve os resultados que a Manchete esperava. Os altos custos de produção e a audiência baixa (na casa dos 3 pontos) levaram, depois de dois meses da trama no ar, à demissão de Régis Cardoso e sua substituição por Walter Avancini, tanto no comando da novela quanto do núcleo de teledramaturgia.

- As providências do novo diretor foram rápidas. Primeiro trouxe Walter George Durst, com quem já trabalhara, para chefiar a roteirização dos capítulos – ele já havia adaptado para a TV outros romances de Jorge Amado: Gabriela (1975) e Terras do Sem Fim (1981-1982). De uma só vez, Avancini e Durst agilizaram a história, incluíram novos personagens, enxugaram o elenco – que possuía cerca de 74 personagens – e incluíram muito erotismo às cenas. Os resultados vieram rápido. A novela obteve uma audiência de 10 pontos em média.

- De um modo geral, o rendimento da novela foi bom. Os 22 pontos sonhados por Adolpho Bloch não poderiam ser conseguidos, pois, nessa época, a Manchete não tinha mais um público cativo. Era necessário “reatrair” esse telespectador, para que ele voltasse a confiar na emissora e se fixasse novamente nela. A novela substituta, Xica da Silva, estreou com uma audiência de 17 pontos, só conseguido através do público que assistia Tocaia Grande. A novela também significou a volta dos faturamentos e créditos ao canal. Durante os onze meses em que esteve no ar, vários programas começaram a ser produzidos e, ao final da novela, a programação da Manchete já era bem diferente da de outubro de 1995, quando Tocaia Grande estreou.

- Pela primeira vez na história da Justiça do Trabalho, uma novela foi dada como garantia para pagamento de dívidas. Em processo movido, em 1998, por funcionários da extinta Manchete contra os antigos donos da rede, a empresa Bloch Som e Imagem ofereceu Tocaia Grande como bem de penhora, avaliado em R$ 5 milhões. “É um procedimento inédito”, disse a advogada Cláudia Durães, que representava os sindicatos dos Jornalistas e Radialistas do Rio, que moveram ação contra a Manchete no valor de R$ 200 milhões.

- As cenas externas foram gravadas na cidade cenográfica de Maricá, onde a Itabuna dos anos 1920 foi fielmente retratada. As internas eram geradas no Complexo de Água Grande, onde estavam montados mais de 80 cenários para a superprodução.

- 1995 seria o ano em que Jorge Amado teria maior número de adaptação de suas obras em cartaz se todos os projetos para TV e cinema tivessem saído do papel. Além de Tocaia Grande e Tieta, dirigido por Cacá Diegues, no cinema, a Globo produziria Mar Morto em formato de minissérie, ideia engavetada, que sairia do papel apenas em 2001 como a novela Porto dos Milagres, escrita por Aguinaldo Silva, e ainda O Sumiço da Santa, que seria uma produção independente da TV Plus.

- Inicialmente oferecida a Teresa Seiblits, a personagem Bernarda foi entregue a Giovanna Antonelli, e finalmente ficou com Taís Araújo, que fez sua estreia como atriz de novelas na trama, aos 16 anos. Antonelli acabou interpretando Ressú, irmã de Bernarda, que antes seria feita por Juliana Martins, que se tornou a protagonista da primeira temporada de Malhação naquele mesmo ano.

- Primeira novela dos atores Taís Araújo, Dalton Vigh e Victor Wagner 

- Jorge Amado foi o autor mais adaptado para televisão. Além de Tocaia GrandeGabriela (1975), Terras do Sem Fim (1981), Tenda dos Milagres (1985), Tieta (1989), Capitães da Areia (1989), Tereza Batista (1992), Dona Flor e Seus Dois Maridos (1998), e Porto dos Milagres (2001 – adaptação dos romances Mar Morto e A Descoberta da América pelos Turcos), e Pastores da Noite (2002).






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